terça-feira, setembro 30, 2008

Obrigado Ray

Já que citei ele abaixo, não custa agradecer mais uma vez. Ray Bradbury é um dos mais fantásticos escritores (não apenas de ficção científica) que já colocaram palavras no papel. Acho que seu dom da escrita, o poder dos seus textos em desenharem cenários e situações em nossa mente é quase imcomparável. Acho que só Sherwood Anderson tem um dom parecido; sua obra Winesburg, Ohio foi uma forte influência em The Martian Chronicles.

Medo

Quando a extrema esquerda e a extrema direita se unem para dizer as mesmas coisas, eu fico com muito medo (lembrem-se do Socialismo e do Nacional Socialismo).
Vejo agora uma condenação do sistema financeiro. Todos esquecendo que um sistema financeiro desenvolvido parece ser fundamental para o desenvolvimento econômico.

Vou esconder meus livros de finanças. Já estou vendo as fogueiras em praça pública. Será que precisaremos decorar os livros como em Fahrenheit 451? Eu fico com o meu favorito Essentials of Stochastic Finance - Facts, Models, Theory. Albert N Shiryaev.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Novas Aquisições - Herzog e Cortazar

Werner Herzog. Caminhando no Gelo.
Julio Cortázar - A volta ao dia em 80 mundos.

Duas pequenas pérolas achadas hoje.

domingo, setembro 28, 2008

Ele demorou 20 anos para perceber.

Lula defende controle da inflação e diz que "era dos economistas" acabou no Brasil

O Lula demorou 20 anos para perceber que os economistas que o assessoravam só diziam besteira. Em 6 meses de graduação eu já tinha percebido.

Vitória

Até que enfim. Depois de 7 horas de compilação funcionou. A figura é dos exemplos de uso da QuantLib através da interface SWIG, e neste caso o exemplo foi rodado no R.

sábado, setembro 27, 2008

Sono

O meu problema é o sono. Se eu conseguisse sempre dormir bem, nunca teria escrito uma linha.

Louis-Ferdinand Celine.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Sem economia.

Chega de textos sobre economia, crise, etc. Acho que ninguém aguenta mais.
Existem coisas melhores para se discutir.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Emulando e Simulando


O servidor de pesquisa que utilizo usa como sistema operacional base o Windows XP. Por diversas necessidades, já que muitos dos programas que utilizamos aqui estão disponíveis apenas para win ou então a licensa que compramos é para windows.
Entretanto muitos das necessidades que temos envolvem programação, e eu sempre usei como ferramentas o toolkit gcc (gnu compiler). Em parte eu soluciono usando o cygwin, mas nem sempre resolve bem.
Em especial quando reinstalei a quantlib percebi uma perda enorme de desempenho, e alguns problemas de compilação.
Bom, se eu tenho um quadcore, porque não usar um dos processadores para emular uma instalação linux completa ? Foi moleza, só utilizando a QEMU. O processo foi bem simples, basicamente criei uma imagem de disco, baixei um iso do Ubuntu e a partir daí foi rodar a QEMU com a imagem iso do Ubuntu, e a partir daí segue como uma instalação linux usual.
O screenshot mostra o sistema rodando dentro do win. Agora falta instalar o que preciso dentro do Ubuntu, e aí posso realizar as minhas simulações dentro da emulação.

Leituras

terça-feira, setembro 23, 2008

Mercado bom para estatística

segunda-feira, setembro 22, 2008

Porte para Programas de Econometria

Atualmente a maioria dos programas de econometria é capaz de procedimentos bastante sofisticados, e estes procedimentos em geral tem utilização bastante simples, e com isso qualquer usuário consegue realizar análises complexas com pouca dificuldade.
E é aí que está o problema. A quantidade de bobagens que vejo circulando por aí com o suposto suporte econométrico é impressionante. Algumas barbaridades comuns:
Interpretar formas reduzidas como modelos estruturais - Modelos em forma reduzida não podem ser utilizados para obter interpretações estruturais - como eles não foram identificados com nenhuma hipótese ou teoria a priori, não é possível rejeitar uma teoria usando estes modelos. Principal exemplo - estimação de vetores autoregressivos. VARs obtém regularidades estatísticas, e são bons para realizar previsões na ausência de restrições ou identificações. Mas em geral os parâmetros e mesmos funções de impulso-resposta não se prestam a interpretações estruturais.
Endogeneidade e Erro de Medida - é impressionante a quantidade de tolices que são obtidas de modelos com graves e evidentes problemas de endogeneidade, como por exemplo variáveis determinadas simultaneamente e evidentes problemas de erro de medida na variável dependente.
Exogeneidade e Super Exogeneidade. Vejo algumas conclusões aterrorizantes - "veja a estimação do meu modelo econométrico mostra que é melhor não resgatar os bancos, etc etc etc". Meu Deus. Será que não é bastante óbvio que a estimação de um modelo marginal não é invariante a um momento de mudança estrutural ? Traduzindo - é um absurdo achar que a estimação de uma equação como uma taxa de crescimento ou uma taxa de juros se comportará da mesma forma (mesma forma funcional e mesmos parâmetros por exemplo) em momentos de crise e em momentos tranquilos.
Amostras finitas, escolha de instrumentos - Em alguns modelos existe um pouco mais de cuidade e se busca trabalhar com modelos com variáveis instrumentais, em geral usando o método de momentos generalizados. Escolha de instrumentos é uma questão complicada, e o fato de se usar um instrumento válido (como por exemplo lags) não implica em boas propriedades para a estimação. Veja toda a literatura de weak instruments.
Outro ponto é que as propriedades em amostras pequenas da estimação por GMM podem ser péssimas; um fato comum é que GMM em amostras finitas tende ter problemas graves de poder, levando a uma probabilidade incorreta de rejeição de hipóteses nulas válidas.
Seja sempre bastante cético com os resultados de sua estimação.

domingo, setembro 21, 2008

Rescue Dawn

Hoje assisti a Rescue Dawn, que finalmente foi lançado em dvd aqui no Brasil. Mais um belo filme deWerner Herzog,, inspirado na história de Dieter Dengler, que o próprio diretor já havia documentado.
É impressionante os limites físicos que Christian Bale se dispõe a enfrentar. Da mesma forma que em The Machinist, ele vai até o limite para interpretar um personagem. Nesse filme ele tem o diretor ideal.
Um ponto interessante - o momento em que Dieter descreve o momento em que ele decidiu ser um piloto é similar a uma das cenas de Empire of the Sun , interpretado pelo mesmo Bale.

Novas Aquisições - O País dos Petralhas.


O País dos Petralhas - Reinaldo Azevedo. Uma coletânea dos textos publicados em seu blog. Com uma característica - os textos ficam ainda melhores quando colocados em um livro.

sábado, setembro 20, 2008

Além do simplismo

Até que enfim uma opinião razoável sobre a crise. Excelentes pontos colocado pelo Alex.
Não são as opiniões da esquerda que estão me incomodando neste caso - que vão desde o trivial agora é o fim do capitalismo (quantas vezes ouvimos isso ...) ou como é tradicional no governo atual de se apropriar de ações que antes condenavam (agora o Proer é considerado uma atitude correta).
O ponto é que o pessoal mais ligado a alguma forma de liberalismo vem sistematicamente defendendo que a melhor opção é deixar o sistema financeiro quebrar, para evitar moral hazard.
Como o Alex colocou bem, a decisão do Fed é decidir sobre dois possíveis equilíbrios, o primeiro não socorrendo o sistema bancário e com uma perda potencial imensa no sistema financeiro e na economia "real", e outro com uma possível perda após a revenda a preços de mercado dos ativos atualmente ilíquidos. As duas decisões implicam em perdas, a questão é decidir qual delas tem a menor perda esperada. Mesmo colocando o potencial moral hazard futuro na função de perda, parece bem claro que o socorro é ainda a decisão mais adequada.

Novas Aquisições - Probabilidade e Cálculo Estocástico



Probability with Martingales. David Williams
Introduction to Stochastic Calculus for Finance - A New Didactic Approach. Dieter Sondermann.


Eu não tinha uma cópia do livro do Williams, uma bela introdução a probabilidade rigorosa utilizando o conceito geral de Martingales.
O livro de Sondermann é uma introdução ao Cálculo Estocástico e seu uso em finanças matemáticas sem o uso de noções mais avançadas de Medida e Integração. Será um dos livros usados no curso de Métodos Computacionais em Finanças que será oferecido no próximo trimestre do mestrado do Ibmec São Paulo. Este curso será dividido por dois excelentes pesquisadores. A primeira parte será dada pelo Alberto Osashi, sobre Cálculo Estocástico, e a segunda pelo José Fajardo, com métodos numéricos em finanças. Eu terei o desafio de dar os laboratórios deste curso.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Bola Preta

Não foram só as idéias do Markowitz que foram rejeitadas no início. O pai das finanças matemáticas, Louis Bachelier teve o mesmo problema, na verdade foi muito mais grave. Sua carreira acadêmica foi quase destruída pela incompreensão da sua tese.

Uma citação curta (mesmo link da wikipedia):
"Besides the setback that the war had caused him, Bachelier was blackballed in 1926 when he attempted to receive a permanent position at Dijon. This was due to a misinterpretation of one of Bachelier's papers by Professor Paul Pierre Lévy, who—to Bachelier's understandable fury—knew nothing of Bachelier's work, nor of the candidate that Lévy recommended above him. Lévy later learned of his error, and reconciled himself with Bachelier."

Um relato fascinante está no:

Bachelier and his Times: A Conversation with Bernard Bru

Só para relembrar, Bachelier foi o primeiro a formalizar matematicamente o Movimento Browniano. 5 anos depois Albert Eistein recebeu o Prêmio Nobel pelo uso do Brownian Motion para explicar o efeito fotoelétrico. A teoria de integração estocástica foi gradualmente formalizada por Wiener, Doob e Itô nos anos 40-60, completando as idéias de Bachelier.
Além disso, a fórmula de precificação desenvolvida pelo Bachelier em 1900 obtém resultados muito próximos da fórmula de Black-Scholes para opções com maturidades curtas. Para uma discussão bem interessante veja o artigo no Mathematical Finance:

HOW CLOSE ARE THE OPTION PRICING FORMULAS OF BACHELIER AND BLACK–MERTON–SCHOLES? (p 155-170)
Walter Schachermayer, Josef Teichmann
Published Online: Dec 13 2007 12:00AM
DOI: 10.1111/j.1467-9965.2007.00326.x

Abstract | References | Full Text: HTML, PDF (Size: 142K)

Uma frase do texto, para apenas para relembrar:

The “fundamental principle” underlying Bachelier’s approach to option pricing is
crystallized in his famous dictum (see Bachelier 1900, p. 34)
L´esperance mathematique du sp´eculateur est nul.

O objetivo não é esse mesmo?

Mais duas colocações do Selva:

"Como dito antes, o perigo das idéias em finanças é que elas são prescritivas, não apenas causaram mudanças nas práticas do mercado financeiro, com a criação de novos produtos e serviços, mas também condicionaram o comportamento dos investidores. Essa é a tese de Donald MacKenzie, no seu livro An Engine, Not a Camera: How Financial Models Shape Markets."

Poxa, esse argumento foi melhor ainda que os meus. Apenas mostra que as técnicas de precificação e gestão de risco desenvolvidas em finanças são efetivamente úteis. Se eu tenho uma fórmula para precificar um instrumento de uma forma mais eficiente, porque não usar? O disseminação dos modelos matemáticos no mercado é apenas uma prova da sua validade, do seu sucesso (se fosse uma picaretagem não seria usada sistematicamente, isso é bastante óbvio. Mas em alguns casos a fórmula matemática apenas formalizou um algoritmo já usado no mercado. Por exemplo a fórmula de Black-Scholes é uma formalização de uma metodologia já existente derivada pelo Edward Thorp. Modelos matemáticos são especialmente úteis para precificar instrumentos complexos, aonde regras simples de trading não permitem uma precificação simples, ou então em mercados pouco líquidos aonde é complicado realizar marcação à mercado. Se eu pago (um salário elevado, e como eu coloquei o salário reflete a produtividade marginal ) para um analista desenvolver modelos de precificação, eu espero que ele faça isso.
Na própria leitura da premiação do Nobel do Scholes e do Merton, um dos temas citados é que os modelos desenvolvidos foram adotados de forma disseminada e ajudaram a criar novos mercado.

(nota - a tese do MacKenzie sobre o LTCM é bastante similar a que o Andrew Lo usa para explicar os retornos anormais dos hedge funds - What Happened To The Quants In August 2007? )

O outro exemplo sobre a opinião do Friedman sobre o Markowitz está num livro que serve justamente para celebrar o sucesso da teoria de finanças. (Um livro bastante interessante, e recomendo a leitura). Boas idéias nem sempre são aceitas, principalmente quando são inovadoras. Isso é meio óbvio também. Uma citação que eu gosto, um pouco relacionada é do Ariel Rubistein:

"A paper in Economics which is not rejected should not be published".

A leitura é que um paper que não é rejeitado não contém nada de novo, nada de original. A a idéia do Markowitz era bastante original - como montar uma carteira ótima sob um algum critério (no caso média-variância, algo bastante limitado). Algo que ninguém havia feito antes.


Leitura do dia - EFFICIENT MARKETS HYPOTHESIS

EFFICIENT MARKETS HYPOTHESIS
Andrew W. Lo
To appear in L. Blume and S. Durlauf, The New Palgrave: A Dictionary of Economics,
Second Edition, 2007. New York: Palgrave McMillan.
The efficient markets hypothesis (EMH) maintains that market prices fully reflect all available information. Developed independently by Paul A. Samuelson and Eugene F. Fama in the 1960s, this idea has been applied extensively to theoretical models and empirical studies of financial securities prices, generating considerable controversy as well as fundamental insights into the price-discovery process. The most enduring critique comes from psychologists and behavioural economists who argue that the EMH is based on counterfactual assumptions regarding human behaviour, that is, rationality. Recent advances in evolutionary psychology and the cognitive
neurosciences may be able to reconcile the EMH with behavioural anomalies.


Uma discussão bem completa sobre o estado da arte da discussão sobre o conceito de mercados eficientes.




quinta-feira, setembro 18, 2008

Ensino de finanças e a picaretagem das opiniões sem custo

É, acho que o ensino de finanças em alguns programas de Economia não anda muito bom mesmo. Como eu já havia escrito no post anterior grande parte das bobagens que circulam por aí são derivadas do total desconhecimento de princípios básicos de finanças.
Respondendo ao Selva :

"Do outro lado [digamos, o direito], há aqueles economistas que não se importam com a sociedade como um todo. Sua pretensão aparentemente é menor. Eles só desejam bater o mercado. Eles se acham mais inteligentes, mais espertos que o mercado, por isso acham que podem batê-lo sistematicamente com o intuito de enriquecer. Esses são os economistas que se dedicam a finanças. Sua pretensão ao conhecimento e arrogância intelectual, todavia, não é menor do que a dos engenheiros sociais. O mercado é constituído por milhões de pessoas, mas como eles se acham intelectualmente superiores, eles acreditam que suas decisões são melhores e mais poderosas a ponto de manipular sistematicamente essas milhões de pessoas em benefício próprio. Os profissionais de finanças, simples parasitas intelectuais dessa concepção de mundo, acreditam piamente nessa crença."

Qualquer pessoa que tenha olhado de relance em um livro de finanças sabe que dois conceitos fundamentais em finanças são o conceito de mercados eficientes e o conceito de não-arbitragem. Resumidamente o conceito de mercados eficientes estabelece que mudanças sistemáticas de preços não podem ser previstas, e assim não faz sentido que seja possível sistematicamente ter retornos esperados ajustados por risco superiores ao excesso de retorno do mercado. Em nenhum programa de finanças, mesmo os piores, se ensina que é sistematicamente possível bater o mercado. Como coloca o próprio Fama, não faz sentido esperar que fundos ativos tenham retornos sistemáticos ajustados por risco maiores que fundos passivos. E esta evidência tem sido confirmada frequentemente pelos dados. As fundações básicas da teoria de finanças contrariam as afirmações equivocadas do Selva.
O conceito de não-arbitragem é ainda mais poderoso - basicamente ele estabelece que condições de arbitragem não devem existir de forma sistemática. E este é um ponto de confusão. O fato de eu conseguir um retorno maior com uma certa carteira não indica que eu realizei uma operação de arbitragem, já que o conceito de arbitragem é a possibilidade de obter um lucro certo sem risco com custo zero. Se obtenho um retorno maior em uma operação eu estou apenas recebendo o prêmio de risco desse ativo. E novamente o conceito de risco é fundamental. O conceito de não-arbitragem é equivalente ao fato de que preços de ativos na medida (local) martingale equivalente devem ser semi-martingales. A idéia de mudança de medida serve para realizar o ajuste por risco de cada ativo. Essa idéia é fica muito clara quando olhamos por exemplo na formulação de Musiela para o modelo de Heath-Jarrow-Morton, que é a generalização do modelo de Black-Scholes. Assim toda a operação tem risco embutido; se eu quero um retorno esperado maior, tenho que aceitar um nível de risco mais elevado.
Qualquer estudante sabe que se um agente entra em uma transação com informação completa (nesse caso dada pela Filtração medida até o momento do contrato) ele não pode alegar ter sido enganado. Ele poderia alegar ser enganado na presença de informação diferenciada (uma idéia matemática muito elegante dado pela existência de sigmas-algebras distintas), mas nesse caso houve fraude e aí entram em cena a SEC ou a CVM aqui no Brasil.
Qualquer pessoa que leia um prospecto de um fundo de investimento verá que não existe nenhuma garantia de rentabilidade ali, e o que ocorre é um prêmio para o gestor se ele consegue este retorno anormal. Na maioria dos casos não existe persistência de performance, ou seja, um gestor que consegue um retorno acima da média em um período dificilmente consegue em períodos seguintes. Assim se qualquer um aceita colocar seu dinheiro em um fundo de investimento ou segue alguma indicação de compra/venda está fazendo por sua conta e risco. Ninguém é inocente ou está sendo enganado. Apenas comprou uma posição de risco.
Agora sobre o LTCM - eu não sabia que no plano de premiação do Nobel havia a garantia de infalibilidade ou ausência eterna de erros. O LTCM havia assumido posições mais arriscadas em busca de retornos esperados maiores, e devido aos eventos da crise Russa (na verdade uma sequencia bem mais complexa de eventos) o fundo entrou numa posição de insolvência devido a sua elevada alavancagem. Apenas pagou o preço de uma situação para o qual existia probabilidade positiva.
Agora eu pergunto - aonde este evento contraria alguma noção básica de finanças?
Além disso depois da quebra do LTCM, como antes, os modelos de precificação de ativos derivados dos trabalhos de Merton, Scholes, o finado e genial Fisher Black continuaram a ser usados, na verdade com um crescimento ainda muito maior, como é fácil de ver pela evolução do volume e variedade de contratos derivativos transacionados. A teoria matemática de finanças evolui enormemente depois deste evento - a idéia de precificação em mercados incompletos, precificação por não-arbitragem na presença de custos de transação; os conceitos de No Free Lunch With Vanishing Risk; o conceito de Consistent Price System, derivativos de volatilidade e variância, etc. etc etc.
Picaretagem é sair falando de um assunto que desconhece completamente. Mas se quiser estudar um pouco eu coloquei anteriormente algumas indicações de bons livros de finanças.

Galeria de Heróis - Eugene Fama

Excelente entrevista de Eugene Fama.
(dica do Leonardo Monastério).

Partes favoritas (é só ver os posts passados para entender a seleção).

Region: And I’m wondering if that was accurate or if you’ve always believed that markets are less than perfectly efficient?

Fama: I start my class every year by saying, “These are models. And the reason we call them models is that they’re not 100 percent true. If they were, we would call them reality, not models. They’re simplifications.” But the acid test is, How good are the simplifications for your purposes? And for almost all purposes, market efficiency is a very good approximation. There is very little evidence that money managers can beat the market.



IRRATIONAL EXURBANCE

Region: Some economists—you know them well—say that the stock market crash of 1929 and the more recent climb and decline of the market in the early 2000s suggest that “irrational exuberance” affects the stock market. How do you reconcile this alleged evidence of herding behavior and animal spirits with the notion of market efficiency?

Fama: Well, economists are arrogant people. And because they can’t explain something, it becomes irrational. The way I look at it, there were two crashes in the last century. One turned out to be too small. The ’29 crash was too small; the market went down subsequently. The ’87 crash turned out to be too big; the market went up afterwards. So you have two cases: One was an underreaction; the other was an overreaction. That’s exactly what you’d expect if the market’s efficient.



FINANCE/MACRO

Region: It seems to me that macroeconomists are paying more attention these days to the work of financial economists, especially in trying to understand asset pricing. Do financial economists find equal value in the macro theory work being done these days?

Fama: I think those two areas have always been pretty closely joined. I, in fact, wrote a lot of macro-related stuff in the ’80s or even earlier. For example, rational expectations stuff is basically efficient markets; they’re pretty much the same thing. If you’re talking about the macroeconomy, I don’t see how you can avoid financial markets. That’s a big part of the game. Nobody talks about money and bonds anymore the way they did when I was taking macroeconomics. Now people realize it is a lot more complicated. Finance and macro are joined. Our finance faculty has several people who were trained as macroeconomists, especially on the asset pricing side

Seminário - "O algoritmo de Longstaff Schwartz para precificacao de opcoes de tipo americano"


*"Seminários do Grupo de Séries Temporais Econometria e Finanças" *

Data: 19 de Setembro 2008
Horário: 15:30 horas
Sala: 221 no IMECC
Titulo: "O algoritmo de Longstaff Schwartz para precificacao de opcoes
de tipo americano".
Apresentador: Pedro J. Catuogno (UNICAMP)

Resumo

O algoritmo LS (2001) é uma ferramenta poderosa na procura de tempos de parada optimos, via montecarlo. A pesquisa relacionada a este algoritmo é um topico atual, com impacto em EDP, financas, metodos númericos, etc. Na palestra apresentaremos o algoritmo e aplicaçoes a precificaçao de opcoes de tipo americano.

Referencias:
1.- Schwartz, E. and Longstaff, F. "Valuing American Options By
Simulation: A Simple Least-Squares Approach", The Review of Financial
Studies 14, 1, 113-147, Spring 2001.

2.-Clement, E; Lamberton, D. and Protter, P. "An Analysis of a Least
Squares Regression Algorithm for American Option Pricing", Finance and
Stochastics 17; 448-471, 2002.


Seminário altamente recomendado (pena que eu não poderei assistir, já que na sexta dou aula de manhã e a noite no Ibmec. ). O Pedro dará este seminário sobre o algoritmo de
Longstaff-Schwartz, que permite a precificação de opções americanas usando uma idéia muito simples, de aproximação por mínimos quadrados. O artigo que ele recomendou "An Analysis of a Least Squares Regression Algorithm for American Option Pricing" que prova a convergência do método é muito interessante, e vale a pena ser lido.
Além de tudo apresentador é muito bom.









Leitura do dia - Bayesian modelling of financial guarantee insurance

Anne Puustelli, Lasse Koskinen and Arto Luoma

Abstract

In this paper we model the claim process of financial guarantee insurance, and predict the pure premium and the required amount of risk capital. The data used are from the financial guarantee system of the Finnish statutory pension scheme. The losses in financial guarantee insurance may be devastating during an economic depression (i.e., deep recession). This indicates that the economic business cycle, and in particular depressions, must be taken into account in modelling the claim amounts in financial guarantee insurance. A Markov regime-switching model is used to predict the frequency and severity of future depression periods. The claim amounts are predicted using a transfer function model where the predicted growth rate of the real GNP is an explanatory variable. The pure premium and initial risk reserve are evaluated on the basis of the predictive distribution of claim amounts. Bayesian methods are applied throughout the modelling process. For example, estimation is based on posterior simulation with the Gibbs sampler, and model adequacy is assessed by posterior predictive checking. Simulation results show that the required amount of risk capital is high, even though depressions are an infrequent phenomenon.

Risco sistêmico e provisão de liquidez.

Outro ponto importante nessa crise são as críticas das ajudas e provisões de liquidez que Fed e dos Bancos Centrais estão fazendo. Para evitar problemas de Moral Hazard seria melhor deixar que as instituições financeiras que assumiram riscos demais ou foram incompetentes quebrarem.
O argumento é razoável, mas incompleto.
O problema é que em cenários de stress e redução de liquidez mesmo uma instituição que não assumiu riscos em excesso, manteve uma uma carteira de investimentos diversificada (participação baixa de subprimes) e apresentou rentabilidade positiva pode quebrar.
Se seus clientes realizarem uma realocação expressiva do seu portfólio, devido a perdas em outros mercados por exemplo ou simples pânico, a instituição pode entrar em risco de liquidez, e nesse momento as provisões de liquidez do Fed e dos Bancos Centrais evitam a quebra das instituições que adotaram gestões adequadas.
Outro argumento é que instituições financeiras deveriam manter uma provisão de liquidez adequada aos momentos mais extremos de crise. Novamente um argumento razoável, mas falho. Suponha que eu sou um gestor de um fundo extremamente conservador, que mantenho uma provisão de capital bastante elevada. Embora eu tenha um fundo bastante seguro, a rentabilidade dele deve ser pífia. E não irei conseguir atrair nenhum cliente, dada a competitividade neste mercado, e aí meu fundo quebra por falta de capital.
Bom, a solução então é abdicar do sistema financeiro, já que ele não é como os outros mercados e é endogenamente sujeito a crises. Tornar todo o crescimento das empresas dependente apenas da acumulação de capital próprio. Não parece ser algo muito razoável. Existem muitas evidências da necessidade de um sistema financeiro desenvolvido para o desenvolvimento econômico. Empresas financiam seu crescimento pela emissão de dívida ou pela emissão de ações , e isso necessita de um sistema financeiro desenvolvido, e sistema financeiro é risk sharing. E neste mercado participam não apenas instituições financeiras, mas as demais empresas e indivíduos.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Crises, finanças e afins

Nos 3 posts seguintes algumas opiniões sobre alguns eventos e opiniões relacionados aos momentos de crise no mercado financeiro que estão ocorrendo nestes dias. No primeiro minha visão pessoal sobre a crise e nos dois seguintes sobre a relação entre economia e finanças e sobre os profetas das crises.

Os problemas na modelagem

Como coloquei no post abaixo, acho que existe nesta crise um componente claro de precificação incorreta. Os modelos atuais de precificação de derivativos de crédito como CDS (Credit Default Swaps) e de precificação de Mortgages não estão suficientemente desenvolvidos para tratar de situações de defaults correlacionados como estas.
Uma formulação comum e bastante utilizada de precificação de CDS está implicitamente baseada em uma estrutura de correlação linear entre os retornos; e desta forma é incapaz de precificar situações de defaults correlacionados. Formalmente estes instrumentos estão baseados em cópulas elípticas (como as cópulas gaussianas e student t), e não conseguem reproduzir fenômenos como tail dependence.
O que seria interessante e mais adequado seria utilizar cópulas multivariadas com dependência não-linear, mas até agora a teoria disponível só permite utilizar cópulas com funções de dependência mais realistas para um pequeno número de instrumentos.
Outro ponto é que os principais modelos de precificação de eventos extremos (como jumps) são baseados em saltos independentes, e desta forma também são inadequados eventos como os atuais (um ponto sempre levantado pelo Nassim Taleb, e com justiça muito antes de qualquer crise).
Precificação de Mortgages tem sido um dos "patinhos-feios" em finanças, já que a modelagem é bastante simples comparada como outras áreas, como instrumentos de renda fixa. Um dos motivos para isso é que até agora estes modelos funcionavam. O que deverá mudar.
No entanto é bastante óbvio que os modelos de precificação evoluem justamente em resposta aos períodos de crise. Um exemplo é toda a literatura sobre precificação de ativos com volatilidade estocástica, que surgiu após o crash de 1987 para responder ao aparecimento dos smiles de volatilidade implícita.

Também acho que a crise tem outros motivos, sendo que o principais estão relacionados a seleção adversa e risco moral. As formas de remuneração dos executivos, ligadas ao desempenho da empresa, como stock options, incentivam posições extremamente arriscadas. E outro fator óbvio está na expectativa implícita do resgate de instituições com dinheiro público, devido ao risco sistêmico. Apesar que mesmo esta explicação tem seus limites. Se sua instituição conseque empréstimos da autoridade monetária toda a direção é substituída, e assim isso não me parece uma explicação muito racional. Creio que a explicação mais razoável desta hipótese seria um resgate de mercado, no máximo coordenado pelo banco central. Resgate público é a solução mais drástica e com perdas enormes para os gestores.

Sobre economia e finanças

Qualquer economista sério, que tenha feito um bom programa de PhD em economia, sabe que hoje a teoria econômica e a teoria de finanças estão muito relacionadas.
Muitos modelos em macro e microeconomia são formulados usando conceitos de finanças. Por exemplo temos toda a literatura de modelos macroeconômicos baseados em condições de não-arbitragem (por exemplo A No-Arbitrage Vector Autoregression of Term Structure Dynamics with Macroeconomic and Latent Variables, Andrew Ang e Monika Piazzesi e toda a literatura relacionada); todos os modelos de CCAPM, a idéia de Stochastic Discount Factor/Pricing Kernel, os modelos de Lucas que relacionam os movimentos de consumo e retornos de ativos ..., a lista é enorme.
Não é necessário nem pegar um artigo, um bom livro texto já resolve. Só olhar o capítulo 6 do Mas-Collel (Choice Under Uncertainty) para perceber que teoria econômica e teoria de finanças estão totalmente relacionadas. É impossível de separar as duas teorias.

Na minha opinião pessoal a formação básica dos economistas é bastante insuficiente para os padrões atuais de modelagem financeira (e como coloquei no post anterior, eu aposto nessa opinião, tanto que fui fazer um doutorado em estatística justamente por ter essa opinião).
Os modelos mais importantes de precificação de ativos estão sendo feitos por matemáticos. Como exemplos simples o Libor Market Model (Brace, Gatarek e Musiela). Precificação com custos de transação (Paolo Guasoni), precificação sobre informação diferenciada e muitos outros exemplos.

Neste ponto eu recoloco uma opinião que já postei aqui, temos problemas porque alguns modelos de precificação são excessivamente simplificados.

A resposta curta

Nesses momentos de crise sempre surgem os supostos "previsores" de crises e os grande sábios críticos das finanças - "Veja, a bolha imobiliária era óbvia, o mercado de mortgages claramente iria ruir, bla bla blá". Na maioria absoluta else só aparecem depois que a crise acontece, como sempre.
Se a crise era tão óbvia, tão previsível, porque estas pessoas não entraram na ponta contrária? Por exemplo, comprando opções de venda de índice ou operando no mercado futuro? Seria muito fácil operar nestas pontas, já que estes mercados tem alta liquidez. Além de provar que os estudiosos de finanças sabem pouco, você ficaria milionário.
(Argumento - Silvio Santos - Eu Só Acredito Vendo).
O problema está no desconhecimento total dos conceitos básicos de finanças, como por exemplo a idéia de arbitragem. Arbitragem, de forma bem simples e informal, se resume a idéia de obter um lucro certo com custo zero, sem risco. É muito fácil dar qualquer opinião, escrever um post em um blog. Mas quero ver colocar apostar seu dinheiro na sua opinião em uma função de perda real.
Como coloca o Selva - "Todo economista, talvez até mesmo alguns economistas de porta de cadeia, sabe que um Ph.D. em finanças garante um excelente salário e muito pouco conhecimento."
Pelo que se ensina em um curso básico de economia, em um mercado competitivo (por exemplo assuma que neste mercado exista livre entrada e tenhamos vários sábios economistas) salário é dado pela produtividade marginal do trabalho. E assim segundo a teoria econômica básica, se o salário é elevado ele deve refleter um "insumo" mais valioso. Ou isso é verdade ou podemos jogar a teoria econômica básica no lixo. (Claro que podem ocorrer desvios e imperfeições, mas em média e de forma persistente os salários são muito mais elevados).
Essa é a resposta informal. A formal segue no próximo post.

Sobre a crise

Não, não estou escrevendo pouco por causa da crise. Muito trabalho mesmo (sobre finanças).

Aliás, para os críticos de finanças, um conceito básico é a idéia de diversificação de riscos e alocação ótima.

terça-feira, setembro 16, 2008

Vácuo

Richard Wright, fundador do Pink Floyd, morre aos 65 anos

Nunca fui um fã alucinado do Floyd, mas gostava. Provavelmente Dark Side of The Moon foi o primeiro album de rock que eu ouvi na vida.
Algo a se admirar no Pink Floyd - mostrar que se poderia ser original, inteligente e ainda assim ter sucesso. Bom, acho que isso só seria possível em uma outra época.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Discutindo Economia no Brasil

Felizmente meu ganha pão não é relacionado com a discussão de conjuntura econômica e política econômica aqui no Brasil. Como o bom Alex mostra (aqui e aqui), a discussão saiu totalmente dos limites da sanidade.
Pobre Ipea. Pobre Brasil.

domingo, setembro 14, 2008

Trurl the constructor

Come, let us hasten to a higher plane
Where dyads tread the fairy fields of Venn
Their indices bedecked from one to n
Commingled in a endless Markov Chain!

Come, every frustrum longs to be a cone,
And every vector dreams of matrices.
Hark to the gentle gradiente of the breeze:
It whispers of a more ergodic zone.

In Riemman, Hilbert or in a Banach space
Let superscripts and subscripts go their ways.
Our asymptotes no longer out of phase,
We shall encounter, counting, face to face.

I'll grant thee random access to my heart
Thou'lt tell me all the constants of thy love;
And so we two shall all love's lemmas prove,
And in our bound partition never part.

For what did Cauchy know, or Christoffel,
Or Fourier, or any Boole and Euler,
Wielding their compasses, theirs pens and rulers,
Of thy supernal sinusoidal spell/;

Cancel me not - for what then shall remain?
Abcissas, somes mantissas, modules, modes,
A root or two, a torus and a node:
The inverse of my verse, a null domain.

Ellipse of bliss, converge, O lips divine!
The products of our scalar is defined!
Cyberiad draws nigh, and the skew mind
Cuts capers like a happy haversine.

I see the eigenvalue in thine eye,
I hear the tender tensor in thy sigh.
Bernoulli would have been content to die,
Has he but known such a²cos(phi)!

(Stanislaw Lem - The Cyberiad).

quinta-feira, setembro 11, 2008

Leitura do Dia - The Devil is in the Detail: Hints for Practical Optimisation

The Devil is in the Detail: Hints for Practical Optimisation

T M Christensen, A S Hurn and K A Lindsay

Finding the minimum of an objective function, such as a least squares or negative log-likelihood function, with respect to the unknown model parameters is a problem often encountered in econometrics. Consequently, students of econometrics and applied econometricians are usually well-grounded in the broad differences between the numerical procedures employed to solve these problems. Often, however, relatively little time is given to understanding the practical subtleties of implementing these schemes when faced with illbehaved problems. This paper addresses some of the details involved in practical optimisation, such as dealing with constraints on the parameters, specifying starting values, termination criteria and analytical gradients, and illustrates some of the general ideas with several instructive examples.


Qualquer que já tenha trabalhado com otimização numérica sabe que existem muitos detalhes importantes. Esse interessante artigo detalha alguns destes problemas, como a escolha de valores iniciais e o uso de transformações de parâmetros para impor restrições.
Muito bem escrito e útil.

Reversão a média

Depois de uma semana muito complicada, parece que tudo volta ao normal.
Processos estacionários são tudo de bom.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Sugestões para o currículo escolar.

Projetos da Câmara para inclusão de disciplina deixariam alunos 16 horas na escola

Bom, ainda estão sobrando 8 horas livres. Já que cada parlamentar pode sugerir a matéria do seu interesse (na verdade a matéria de interesse do seu grupo de interesse), eu gostaria de fazer algumas sugestões sobre a inclusão de disciplinas na rede básica de educação. Acho que estes cursos básicos de sociologia, música, etc estão muito fraquinhos.

Nos cursos de música, nada de aula de flauta doce. Eu gostaria de ver a garotada mandando no sax ver um bom bebop para começar, e depois um avant-garde e no final um free jazz. A prova do primeiro ano primário seria os guris montarem um quinteto para mandar um Mr. PC. Para os mais ligados ao um bom rock, acho que no final do primeiro ciclo já deveriam mandar algo simples, tipo o show do Jimi Hendrix em Rainbown Bridge. Mas estas seriam as minhas vontades, e o partido não as aprova.
Nas escolas públicas estes tipo de música não será aceito, já que são músicas imperialistas e excludentes, e assim só poderemos ensinar música regional para nossas crianças. Teremos as disciplinas Introdução ao Triângulo I, II e III, e depois Triângulo avançado. O ápice da formação musical serão os cursos de MPB de 1 até 29, preparatórias para o currículo final de música norte-coreana.

Nos cursos de filosofia, acho que eles deveriam começar com uma boa de lógica, como o The Principles of Mathematics de Russel e Whitehead, lógicamente para refutar esta base e aderir a base lógica da matemática socialista moderna (se você não é filiado ao partido, 1+1=0, caso contrário 1+1=6, na sua conta bancária). Depois já no segundo ano poderiam discutir Kant entre as brincadeiras de pega-pega no recreio. E com 8 anos de idade já dá para discutir o existencialismo, desde Kierkegaard, passando por Jaspers até Camus e Sartre. Lógico que aos 10 eles já podem refutar todas as correntes da filosofia e aderir ao materialismo histórico de Marx, já que o objetivo é somente esse.

Acho que no final seria interessante abolir o ensino de matemática, já que esta vem tomando muito tempo dos alunos, e eles poderiam utilizar melhor este tempo se filiando ao partido. Como disse o grande irmão, esta história do cara estudar, fazer pós-graduação é tudo bobagem. Toda a ciência está no partido.

Mas ao contrário do que se pensa, atualmente um princípio matemático está sendo bastante utilizado em nosso país - Reductio ad absurdum. Só que ficamos apenas com o absurdo.

Galeria de Heróis - Paul Erdõs

domingo, setembro 07, 2008

Maior que a Vida - John Belushi

Chegando em casa por acaso peguei um especial do Saturday Night Live com os melhores momentos do John Belushi. Fazia tempo que eu não ria tanto.
Algumas cenas clássicas como a da imitação lendária de Joe Cocker, e uma outra cena parodiando Star Trek junto com Chevy Chase, Dan Aykroyd e Bill Murray.
Genial.

sábado, setembro 06, 2008

Novas Aquisições - Stanislaw Lem.

The Cyberiad. Stanislaw Lem.
Dois comentários sobre Lem.
"Mr Lem is a Jorge Luis Borges for the Space Age, who plays with every concept of philosophy and physics, from free will to probability theory". The New York Times

"A Master". Kurt Vonnegut.

Acho que basta.

Novas Aquisições - William Gibson

Mona Lisa Overdrive. William Gibson. O último volume da trilogia.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Kalman

Finalmente um dia que tudo deu certo. Modifiquei meu programa, e agora ele tem a capacidade de aprender usando o Filtro de Kalman. Estou bastante animado com esse artigo, e acho que ele vai render bastante.

Leitura do dia - THE CONQUEST OF SOUTH AMERICAN INFLATION

quarta-feira, setembro 03, 2008

the strongest of the strange

the strongest of the strange
Charles Bukowski


you won’t see them often
for whatever the crowd is
they
are not.

these odd ones, not
many
but from them
come
the few
good paintings
the few
good symphonies
the few
good books
and other
works.

and from the
best of the
strange ones
perhaps
nothing.

they are
their own
paintings
their own
books
their own
music
their own
work.

sometimes I think see
them–say
a certain old
man
sitting on a
certain bench
in a certain
way.

or
a quick face
going the other
way
in a passing
automobile

or
there’s a certain motion
of the hands
of the bag-boy or a bag-
girl
while packing
supermarket
groceries.

sometimes
it is even somebody
you have been
living with
for some
time–
you will notice
a
lightning quick
glance
never seen
from them
before.

sometimes
you will only note
their
existence
suddenly
in
vivid
recall
some months
some years
after they are
gone.

I remember
such a
one–
he was about
20 years old
drunk at
10 a.m.
staring into
a cracked
New Orleans
mirror.

face dreaming
against the
walls of
the world.

where
did I
go?

Mutantes

Lembro que quando fiz meu primeiro curso de computação (quando eu tinha 9 anos de idade ...) eu tive um professor (que infelizmente eu esqueci o nome) que era realmente fera em programação.
Eu lembro que uma vez ele me passou um programa (em Basic) que se auto-modificava, isto é, o programa podia modificar seu próprio código fonte. Fiquei realmente impressionado com isso na época.
Lembrei disso hoje ao precisar fazer um programa que precisaria se automodificar. A idéia seria realizar inferência assintótica para uma série de ordens diferentes e para conjuntos de dados diferentes, e a forma mais simples era através da auto-mutação.
Para quem achou a idéia interessante, um bom livro é:
Symbolic Computation for Statistical Inference (Oxford Statistical Science Series) by D. F. Andrews and J. E. Stafford.

O programa que eu fiz funcionou direitinho, mas acho talvez seja seguro colocar as Three Laws nele. Não quero ser culpado se o programa se rebelar contra a humanidade.





A noite dos mortos vivos

O longo amanhecer - cinebiografia de Celso Furtado

Eu discordo do título deste filme. Deveria ser algo na linha "A noite dos mortos vivos".
Inacreditável como esses zumbis ainda nos perseguem. Sempre em busca de cérebros (e verba estatal) para devorar.

terça-feira, setembro 02, 2008

Prêmio


Prêmio - Uma caixa de cerveja para quem adivinhar o que significa o gráfico ao lado.
Dicas - Relacionado com finanças e econometria.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Jornada

Não sei se todos são assim, mas creio que seja um padrão geral. Quando estou pesquisando um tema interessante, posso ficar trabalhando dias e dias quase sem parar até finalizar tudo. Aqueles dias que você vai embora do trabalho e não consegue desligar, fica pensando no caminho, quando chega em casa e quando vai dormir (e como fiz hoje esquece onde deixou as chaves de casa e do trabalho - sorte que sempre tenho um backup, senão dormiria na rua).
Mas também existe a outra fase - aquela que o trabalho não rende e não surgem boas idéias. Então o melhor é aproveitar a boa fase.