sexta-feira, outubro 31, 2008

Leitura do Dia - VAR E VECS Espaciais - Uma Abordagem Bayesiana

Os Modelos VAR E VECS Espaciais - Uma Abordagem Bayesiana
Mariana Hauer


Uma duplamente bela adição (pela autora e pela obra) para a literatura de Econometria Espacial. Um trabalho realmente completo e muito bem escrito (E mais uma ex-aluna da graduação do Ibmec São Paulo). Motivo de orgulho.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Leitura do Dia - BRAZILIAN SPATIAL DYNAMICS IN THE LONG TERM (1872-2000): “PATH DEPENDENCY” OR “REVERSAL OF FORTUNE”?

BRAZILIAN SPATIAL DYNAMICS IN THE LONG TERM (1872-2000):
“PATH DEPENDENCY” OR “REVERSAL OF FORTUNE”?
Leonardo M. Monasterio



Um texto bastante interessante do Leonardo Monastério (e com uma base de dados bastante invejável - será que ele tem um bom firewall no computador ?)

Economia Espacial é um campo de pesquisa tão interessante quanto inexplorado, e o Leonardo é um dos poucos Dr. Livinsgtones desta área.

Apresentações na SBE

Saiu a primeira versão do programa preliminar da SBE desta ano. Meus artigos estão nas sessões 9 e 18.

Sessão 9 – Econometria I

Laurini, Márcio Poletti (Ibmec-SP e IMECC-UNICAMP) e Hotta, Luiz Koodi (IMECC-UNICAMP) “Inferência Indireta em Modelos Fracionários de Taxas de Juros de Curto Prazo”

Sessão 18 - Política Monetária II

Furlani, Luiz Gustavo Cassilatti (Banco Cooperativo SICREDI S/A); Portugal, Marcelo Savino (UFRGS e CNPq) and Laurini, Márcio Poletti (Ibmec-SP e IMECC-UNICAMP) “Exchange Rate Moviments and Monetary Policy in Brazil: Econometric and Simulation Evidence”

Mas outra informação, com um lado bom e outro ruim. Nesse ano dois ex-alunos meus da graduação estarão apresentando. O Luiz que é meu co-autor, e o Marcelo Gazzano. Esse é o lado bom. O lado ruim é que eu estou ficando velho.

Sessão 15 – Econometria II

Gazzano, Marcelo (PPGE-UFRGS) and Ziegelmann, Flavio “Evaluating the Criminal Social Interaction in São Paulo Metropolitan Area”

Milagre

Por um milagre, nessa correria consegui ter mais um artigo submetido. Mas este milagre tem o nome de dois santos, que são os meus co-autores. Agora o artigo de DSGE foi colocado na luta.

Provando teoremas

Verificando e verificando mais uma vez alguns teoremas.

terça-feira, outubro 28, 2008

Correria

Esses dias tem sido um pouco complicados. Não estou conseguindo ter tempo de escrever os textos para alguns artigos que estou fazendo e estão com todos os resultados prontos. Angustiante.
Parte deste tempo envolve estudar para o doutorado, e está sendo bem interessante. Outra parte do tempo envolve algumas questões burocráticas, mas neste caso em especial elas valem o tempo gasto. Outra questão que tomou um pouco de tempo vou adequar as figuras do artigo que foi aprovado para o padrão da Elsevier.
Mas resolvendo estas questões tenho 3 ou 4 artigos novos para por diretamente em processo de submissão.

sábado, outubro 25, 2008

Novas Aquisições - Miles , Coltrane e Don Cherry

Miles Davis - In a Silent Way

John Coltrane e Don Cherry - The Avant Garde


O primeiro álbum da fase elétrica de Miles Davis. Com Wayne Shorter, Chick Corea, Herbie Hancock, Joe Zawinul, John McLaughlin, Dave Holland e Tony Williams. Um álbum de que definiu toda uma década de Jazz.

Coltrane e Don Cherry - Os primeiros soldados em um novo front. O álbum que mostrou a virada de Coltrane para o Free Jazz.

E de novo parabéns a Warner e a Sony por relançarem essas obras.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Que semana !

Mais excelentes notícias hoje.
Um artigo condicionalmente aceito, em uma revista internacional muito boa. As alterações pedidas nesta etapa final melhoram ainda mais o texto, e creio que possam ser feitas sem muito problema. Acho que foi o artigo que eu mais aprendi, tanto com o trabalho com os co-autores, e com todo o processo de revisão e o aprendizado da literatura. Meu chi subiu bastante com todo esse trabalho.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Conexões - Savage, Bachelier e Samuelson

Mais uma da série conexões - a conexão entre Savage e a teoria de finanças:

One of Savage's indirect contributions was his discovery of the work of Louis Bachelier on stochastic models for asset prices and the mathematical theory of option pricing. Savage brought the work of Bachelier to the attention of Paul Samuelson. It was from Samuelson's subsequent writing that "random walk" (and subsequently Brownian motion) became fundamental to mathematical finance.

Já aproveitando, outra conexão importante:

During World War II, Savage served as chief "statistical" assistant to John von Neumann, the mathematician credited with building the first electronic computer.

terça-feira, outubro 21, 2008

Paul Krugman e a Fundação

Essa foi uma das notíciais mais surpreendentes do ano (obrigado mesmo pelo Fernando Botti pela dica):


Jim Lehrer:
“Quando e por que você decidiu se tornar um economista ?”

Paul Krugman:
“Isso é um pouco vergonhoso. Eu não sei quantas pessoas conhecem ficção científica, mas há uma série antiga de livros escrita por Isaac Asimov - os romances da Fundação, - qual cientistas sociais entendem as verdadeiras dinâmicas da civilização. Isso é o que eu sempre quis ser; e como não existe nada parecido como a psico-história, acreditei então, que a economia era a ciência mais próxima.

Krugman está falando sobre os psico-historiadores, personagens do romance de Isaac Asimov, como Hari Seldon, cientista na série de Fundação, Seldon prediz o declínio do Império Galáctico e então trabalha com uma equipe para reduzir o período de barbárie no qual civilização entraria.

O que seria a psico-história ? Na palavras do próprio Asimov:

Uma aplicação da probabilidade à história; a ciência do comportamento humano reduzida a equações matemáticas; relaciona-se às reações de grandes aglomerados humanos a estímulos econômicos e sociais, sendo imperativo que o aglomerado em si seja desconhecedor da análise psico-histórica a que se acha submetido, para que todas as suas reações tenham validade.

O futuro da análise econômica é Asimoviano ? Difícil dizer, há algun caminhos, em alguns estudos para uma visão mais robusta, mais matemática, da economia e das finanças, menos filosofia e ideologia, que criam viéses de interpretação, muitas vezes injustos, muitas vezes destruidores.


Genial !!!!!!!!!!!!!!!!

Bom pelo número de posts que eu já coloquei aqui dá para perceber que compartilho da mesma visão do Krugman, e em um post passado eu já escrevi aqui que eu fui estudar economia justamente pelo mesmo motivo. Outro ponto é que muito da teoria desenvolvida pelo Krugman de localização espacial parece ser influenciada por Asimov. Basta ler os livros da Fundação que descrevem a dinâmica de colonização do Império, ou mesmo os polos econômicos em Trantor, a capital do Império Galáctico.

O próximo que falar que o Krugman não merece o Nobel vai ter que se acertar pessoalmente comigo.

domingo, outubro 19, 2008

Conexões

Um tema que acho fascinante são as conexões que existem entre assuntos aparentemente independentes, e muitas vezes revelam ligações fundamentais. Um exemplo seria a ligação entre Cronicas Marcianas de Ray Bradbury e Winesburg, Ohio de Sherwood Anderson. Após assistir o Into The Wild, me lembrei de um episódio do melhor seriado de todos - Millenium.
O episódio era o episódio 12 da segunda temporada - Luminary, e mostrava a história de um garoto que foge sozinho para o Alaska. Era um belo episódio, mas um pouco deslocado. Só agora entendi que era uma homenagem a Christopher McCandless.

Into the Wild



É difícil de descrever. Que história. Sem palavras.

Novas Aquisições - Thelonius Monk - Original Album Clássics

A Columbia lançou uma caixa extraordinária com 5 álbuns clássicos do Thelonius Monk. Straight, No Chaser, Underground (com a fantástica capa original), Criss-Cross, Monk's Dream e Solo Monk.
Os 5 albuns juntos vendidos por cerca de R$ 65. Acho que as gravadoras estão percebendo que ficar sentadas em cima do acervo não resolve muito, e vale a pena relançar álbuns por um preço justo.

sábado, outubro 18, 2008

Mais boas notícias - Artigo aceito para publicação

Acordei com ótimas notícias hoje.
O artigo "Empirical market microstructure: An analysis of the BRL/US$ exchange rate market" que fiz em co-autoria com o Marcelo Portugal e o Luiz Gustavo Cassilati Furlani foi aceito para publicação no Emerging Markets Review, que é um journal Internacional A no Qualis de Matemática, Estatística e Probabilidade.

Três gerações trabalhando juntas. O Marcelo foi meu orientador no mestrado, e eu fui orientador de monografia do Luiz na graduação, e agora ele terminou o mestrado sobre a orientação do Marcelo.

Esta semana está sendo bem incomum mesmo.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Lames

Dia de boas notícias. Artigo aceito para o Latin American Meeting of the Econometric Society

EXCHANGE RATE MOVEMENTS AND MONETARY POLICY IN BRAZIL: ECONOMETRIC AND SIMULATION EVIDENCE :Furlani, Luiz G. C. & Portugal, Marcelo S. & Laurini, Márcio P.

Como não poderei participar do congresso (novembro é bem complicado) só tive essa submissão com os nobres co-autores Luiz e Marcelo para o congresso. Não deu para mandar os outros trabalhos individuais. É uma pena não poder ir, já que a lista de conferencistas convidados é excepcional.

Integração Estocástica


Hoje a aula do lab do curso de cálculo estocástico será sobre a cpnvergência de variáveis aleatórias e construção da integral estocástica.
A idéia de integração estocástica é na minha opinião um dos conceitos matemáticos mais interessantes, a forma que trajetórias definem soluções fracas para uma equação diferencial estocástica, e o também a idéia de densidades de transição que é outro conceito que acho muito interessante.
Espero que a aula seja tão interessante para os alunos quanto é para mim.

be kind

we are always asked
to understand the other person's
viewpoint
no matter how
out-dated
foolish or
obnoxious.

one is asked
to view
their total terror
their life-waste
with kindliness,
especially if they are
aged.

but age is the total of
our doing.
they have aged
badly
because they have
lived
out of focus,
they have refused to
see.

not their fault?

whose fault?
mine?

I am asked to hide
my viewpoint
from them
for fear of their
fear.

age is no crime.

but the shame
of a deliberately
wasted
life

among so many
deliberately
wasted
lives

is.

(Charles Bukowski, The Last Night of the Earth Poems).


Uma homenagem aos que lutam em lutas perdidas, mas estão definitivamente mais vivos que todos.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Curso

Eis um curso que eu gostaria de fazer.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Novo working paper - Funções de Cópula na Precificação de Opções

Funções de Cópula na Precificação de Opções

Rodrigo Moreira de Assis
Márcio Poletti Laurini

Resumo
O objetivo deste estudo é apresentar uma metodologia para a precificação de opções usando teoria de cópulas, e mostrando os procedimentos necessários para a implementação de modelos baseados em funções de cópula a dados reais. A partir de séries de retorno de ações, construiremos, ao longo do texto, uma metodologia para precificar opções do tipo spread sobre mais de um ativo subjacente usando simulação de Monte Carlo.
Palavras-chave: 1. Teoria de cópulas 2. Precificação de opções 3. Estrutura de dependência



Essa é a primeira versão do artigo sobre precificações de Spread Options usando teoria de cópulas. A idéia principal é desenvolver uma metodologia de precificação de derivativos multivariados que seja mais flexível para modelar estruturas de dependência entre ativos e condições mais gerais nas distribuições marginais. No artigo as distrivuições marginais são modeladas usando distribuições hiperbólicas generalizadas, que estão relacionadas a processos de Levy, com a possibilidade de descontinuidades (saltos), caudas pesadas e assimetria, e a estrutura de dependência entre ativos contempla a possibilidade de estruturas de dependência não-lineares como por exemplo tail-dependence. Uma das grandes fraquezas da modelagem atual de derivativos está na precificação instrumentos de correlação, que são instáveis e na maioria dos casos especificadas incorretamente, como no caso de precificação de CDS. A abordagem por Cópulas tenta tratar deste problema de especificação.

Ainda não é a versão final, mas o trabalho que o Rodrigo fez ficou tão bom que vale a pena colocar esta versão inicial com a descrição mais detalhada da metodologia. A revisão sobre Cópulas e metodologias de Inferência em Cópulas ficou realmente excepcional, e acho que será bastante útil para pessoas interessadas neste assunto.

Novamente parabéns ao Rodrigo. Podem anotar esse nome, o cara é muito bom.

Sobre a Fundação

Meu nobre amigo Cristiano em seu novo blog coloca uma resenha sobre a Trilogia da Fundação. Como ele mesmo coloca sou bem suspeito para falar dos livros, e é um dos temas que mais abordei aqui. Eu imagino que li pela primeira vez Trilogia entre 1991 e 1993, emprestada do meu grande amigo, tutor acadêmico e ídolo Domingos Alves .
Sou absolutamente fascinado pelo universo estendido da Fundação, que inclui os livros sobre o Império e os Robôs, e também as novas Trilogias e a Série Caliban escritas por outros autores. Horas, horas e mais horas de diversão e reflexão sobre estes livros.

terça-feira, outubro 14, 2008

Sobre a robustez do modelo de Black-Scholes-Merton

Ao contrário do rumor popular, existem uma série de evidências sobre a robustez do modelo de Black-Scholes-Merton na prática. Uma discussão bem profunda está no livro do Rebonato - Volatility and Correlation: The Perfect Hedger and the Fox.
Uma resposta bem completa está no seguinte artigo do Paul Wilmott:

Science in Finance IX: In defence of Black, Scholes and Merton

O que é legal no artigo é a perspectiva de alguém utilizando o modelo na prática e verificando sobre quais condições o modelo é útil, mesmo sendo os pressupostos do modelo bastante irrealistas (modelos são ferramentas de trabalho, não de fé).
Eu acho algumas das colocações do Taleb bastante interessantes, mas algumas bastante limitadas. E só para lembrar o Taleb é um operador muito bem sucedido de derivativos, e como ele próprio atesta a utilização de uma derivação heurística da fórmula de Black-Scholes derivada pelo Edward Thorpe. Esse ponto é discutido no artigo do Paul Wilmott, outro trader muito bem sucedido utilizando finanças matemáticas.
O ponto do Taleb é que na ocorrência de alguns eventos extremos os modelos usuais de precificação podem não funcionar, e que algumas adições como jump diffusions são apenas artificialidades para encobrir estas falhas, o que é um ponto bastante interessante, mas limitado. Algumas extensões de processos de salto, como o uso de processos descontínuos (processos de Levy) na modelagem de preços podem ser bastante interessantes e com enormes aplicações práticas.
Mesmo não concordando com todas as colocações do Taleb, ele tem o direito de criticar - foi um trader quantitavido muito bem sucedido no mercado financeiro e tem um conhecimento bastante elevado de finanças matemáticas (seu livro é um clássico no ensino de derivativos).
Sem contar que um dos co-autores do Taleb nas críticas ao Black-Scholes, Espen Haug, é autor de um livro muito bom de implementação de modelos matemáticos de finanças. Então entendam um pouco antes do assunto antes de sair falando bobagens.

Existem enormes problemas nas ferramentas de gestão de risco atuais. Para uma discussão bastante interessante veja o livro do Rebonato - Plight of the Fortune Tellers: Why We Need to Manage Financial Risk Differently, que aborda uma série de limitações de metodologias como VaR e derivações, mas sempre usando uma perspectiva analítica para discutir estes problemas.

Senso do ridículo

Acho que algumas pessoas estão precisando de uma doação de senso do ridículo. Umas acham que podem sair pedindo revogação de prêmio Nobel, e outras achando que mereciam o prêmio Nobel pela idéia que tiveram no boteco.
Além de tudo quando se usa a opinião de alguém para provar um ponto, LEIA o que ela escreveu primeiro.

Cálculo Estocástico

Semana passada começouo novo curso que estou dando no mestrado aqui do Ibmec. Estou dando o laboratório do curso de cálculo estocástico/metodos computacionais em finanças. A idéia no laboratório é discutir um pouco da implementação prática dos métodos.
Como a primeira aula foi uma aula de probabilidade mais avançada, no primeiro lab não teve nenhuma parte computacional (na verdade tinha, mas não deu tempo), então fiz uma revisão dos conceitos de probabilidade, medida e convergência. (sigmas-algebras, medidas e integração de Lebesgue, convergencia dominada, etc). O pessoal de engenharia e física que faz o mestrado seguiu bem a aula teórica, mas o pessoal de economia e adm aparentemente teve um pouco mais de dificuldade. A próxima aula teórica é a mais importante, sobre filtrações, esperanças condicionais e martingales e com a idéia de variação quadrática o conceito de integração estocástica fica bastante mais fácil.
Para dar essa aula eu usei o livro do David Williams, Probability with Martingales, um livro realmente excepcional.

William Claxton

Algumas pessoas definem padrões. E o estilo de fotografia que definiu as ilustrações dos albuns de Jazz do anos 50 e 60 foi criado por William Claxton. Lembro de fotos marcantes de Miles Davis, John Coltrane, a lendária foto de Muddy Waters no Newport Jazz Festival.
Hoje Claxton nos deixou. Mas suas fotos são eternas.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Ainda resta esperança (matemática).

Nobel

Merecido o Prêmio para o Krugman. Não era meu favorito, mas as suas contribuições são sem dúvida relevantes. Os artigos sobre geografia econômica e comércio são muito interessantes, e mostram que argumentos simples de vantagens comparativas podem ser bastante limitados.

Um livro que gosto bastante é o Economia Espacial, do Fujita, Krugman e o Venables. Gostaria de ter estudado com mais calma, mas está lá na estante (ainda bem, já que a versão em português está esgotada).

domingo, outubro 12, 2008

Quase um milagre II (e alguns comentários).

Depois de um bom tempo consigo assistir um bom show. Ontem vi uma apresentação do Blues The Ville, uma ótima banda de São Carlos.
Acho que a maioria dos bons shows que vi aqui no interior foram em São Carlos ou com bandas de lá. Lendários shows no Caaso. Sempre fiquei admirado por São Carlos ser uma cidade universitária de verdade , com boas consequências como esta oferta de boa música.
O contraste está aqui em Araraquara. Mesmo tendo uma universidade estadual grande (Unesp) e várias universidades privadas, aqui os shows sempre foram do mesmo lixo - pagode, pop rock, reggae, e um doloroso etc segue.
Uma explicação é o fato que os cursos de São Carlos são em sua maioria de exatas na Usp e na Ufscar. Física, Matemática, vários bons cursos de engenharia. O pessoal de exatas sempre teve uma cultura geral bem, bem maior que o pessoal de humanas. Lembro dos vários bons papos sobre música que tive no breve tempo que estudei em São Carlos. A primeira vez que ouvi Frank Zappa foi em uma república do pessoal da Física.
Com o pessoal de humanas, com especial destaque para o povo de economia, sempre notei que o intelectualismo tosco sempre vigorava. Aquele papo furado de que só podíamos ouvir mpb ou forró, já que as demais músicas eram imperialistas (juro que já me falaram isso). Com literatura a mesma sequência de bobagens. Talvez parte da explicação esteja na influência esquerdista-marxista tosca nesses cursos.
Mas acho que existe um problema grave de simultaneidade nesta explicação. Acho que este esquerdismo de botequim só prospera pelo fato que as pessoas que vão para estes cursos já tem uma predisposição para admirar o lixo, para aceitar sem pensar.

Lógico que existem notáveis excessões. Como o conhecimento enciclopédico de boa música e boa literatura do meu nobre amigo Cristiano. E também existem pessoas de esquerda com um conhecimento excepcional de boa literatura e música, fora das listas obrigatórias (ainda escrevo sobre as listas obrigatórias dos intelectuais). Mas o vácuo é quase completo.

sábado, outubro 11, 2008

Perda

Acho que esqueci um livro no ônibus hoje. Posso te deixado em casa, mas me lembro de ter colocado na mochila. O livro era Mysteries do Knut Hamsun.
Quando estava no ínicio da graduação, esqueci no ônibus uma edição de Era dos Extremos do Eric Hobsbawn, que era o livro usado no curso de história econômica geral. Eu voltei e perguntei pelo livro, mas no dia ninguém achou. Uns 3 meses depois alguém da empresa do ônibus ligou na secretaria de graduação avisando que o livro tinha ficado um tempo enorme no ônibus e agora eles tinham achado. Acho que muita gente deve ter visto o livro lá, e ninguém se interessou. E dizem que o nosso povo não tem cultura. Pelo contrário, este é um bom exemplo de crítica literária correta. Não sou especialista em história, mas sempre achei esse livro mais um exemplo de uma mistura do marxismo de boteco com uma profundidade de poça d'água.
Se eu esqueci mesmo meu Hamsun será uma perda. Só me devolvem o que não tem valor.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Nobel

Meu voto seria para o trio Sargent, Hansen e Sims. Não há dúvidas sobre o merecimento dos 3 - é só olhar o número de artigos que usam expectativas racionais, método de momentos generalizados ou vetores autoregressivos.
Mas o que realmente eu admiro é a capacidade de sempre buscar novas idéias e métodos. Como toda esta nova linha de pesquisa do Hansen e Sargent sobre robustez. Eles sempre estiverem 5, 10 anos à frente dos demais economistas. Já deveriam ter recebido o prêmio faz muito tempo.

Limpando a lousa

Quase um milagre - no meio de tanta coisa pra fazer, consegui limpar uma linha da lousa. Mandar um novo working paper para a série de wp do Ibmec. Ainda é uma versão inicial, mas já dá para ter uma idéia.

The day of Supermartingales

Um processo X é chamado um supermartingale (relativo a Filtração em n e a medida de probabilidade P) se:

1- X é adaptado
2 E(|X_n|)< infinito para todo n
3 E(|X_n|F_n) <= X_n-1 a.s

quarta-feira, outubro 08, 2008

MCMC e Inferência Bayesiana

Recebi um email perguntando sobre livros que abordem MCMC e métodos de estimação bayesiana com a parte de programação, e acredito que pode ser útil para outras pessoas com interesses no assunto. Por isso coloco abaixo a resposta que eu mandei. A resposta está bem informal.

"Existe uma boa literatura sobre MCMC com exemplos de programação. Acho melhor partir da literatura mais ligada a econometria, já que os exemplos são mais familiares, e quando se entra em um território novo é melhor ter alguma referência.

Dois bons livros para começar estão abaixo:

Introduction to Modern Bayesian Econometrics by Tony Lancaster
Bayesian Econometrics by Gary Koop

O livro do Tony Lancaster é muito didático, e ele aborda alguns temas que raramente entram na literatura mais estatística de inferência bayesiana, como variáveis instrumentais. Ele coloca todos os exemplos em WinBugs, que é o programa mais simples de utilizar em inferência bayesiana.
O Winbugs permite que você apenas especifique a estrutura geral das priors e da verossimilhança do modelo, e ele se encarrega da amostragem. O problema é que em alguns casos existem métodos mais eficientes - assim o algoritmo do Winbugs pode funcionar, mas pode ser bem lento até convergir. A linguagem do Winbugs é baseada na linguagem do R, e por isso de alguma forma você acaba aprendendo as duas ao mesmo tempo.

O livro do Koop é muito bom, e com uma boa abordagem para modelos de séries temporais e modelos não-lineares, que são basicamente as ferramentas de uso em modelagem de estrutura a termo. Os exemplos deste livro estão em matlab, e assim são mais úteis se você for programar tudo na mão. Ele é mais profundo que o livro do Lancaster.
Existe outro livro inicial com o uso de R:

Bayesian Computation with R by Jim Albert

Mas eu ainda não li esse livro para dar uma opinião.

Eu não sei qual a sua exposição a inferência bayesiana, mas um bom livro para começar é o Introduction to Bayesian Econometrics by Edward Greenberg

Ele tem toda a parte introdutória. Se você tem uma boa formação em macro talvez o livro do Canova seja útil:
Methods for Applied Macroeconomic Research by Fabio Canova
Ele tem um capítulo todo sobre inferencia bayesiana, mas não há nada programado.

Em termos de livros mais avançados, eu gosto bastante dos seguintes:

Bayesian Statistical Modelling (Wiley Series in Probability and Statistics) by Peter Congdon
Applied Bayesian Modelling (Wiley Series in Probability and Statistics) by Peter Congdon

Esses dois livros do Condgon são muito bons; contém muitos exemplos e metodologias, mas justamente por isso são mais resumidos em cada exemplo. Mas foram com estes livros que eu aprendi inferência bayesiana. Os dois tem todos os exemplos implementados em Winbugs, e com muitas dicas úteis.

Agora para livros bem avançados:

Markov Chain Monte Carlo: Stochastic Simulation for Bayesian Inference by Dani Gamerman e Hedibert Lopes O livro do Dani e do Hedibert é muito bom, mas é bastante avançado, e talvez por isso não seja uma boa escolha para quem está iniciando. Mas com um pouco de familiaridade ele é muito útil em tópicos avançados. Existe uma página do livro com exemplos em R e Winbugs, e na página do Hedibert existem mais exemplos bem interessantes.

E finalmente a bíblia:

Monte Carlo Statistical Methods (segunda edição), Robert e Casella

Esse é o melhor livro existente sobre estimação usando métodos computacionais; bastante completo e avançado em termos de teoria e prática. Esse é o melhor livro mesmo.

Em termos da implementação em geral as pessoas sempre tem um conhecimento básico de programação, e parece que a melhor forma é usar o R mesmo; já que ele tem a maioria das distribuições já implementadas e com isso é mais fácil realizar a amostragem. Para exemplos simples se usa o algoritmo de Gibbs, mas ele exige que você conheça as distribuições condicionais. Nos casos de modelos sem condicionais conhecidas se usa o algoritmo de Metropolis-Hastings, que é relativamente simples de implementar mas um pouco complicado na prática.

Como o Winbugs implementa automaticamente Gibbs e Metropolis-Hastings, talvez seja a melhor forma de começar. A linguagem é meio chata na hora de colocar os dados, mas é possível usar o R para isso (existem pacotes para conectar o R ao Winbugs como o R2Winbugs e o BRugs). Outro problema é também exportar os resultados, e para isso a conexão com o R é fundamental.

Mas o importante é começar a brincar com os exemplos simples, e depois ir sofisticando. "

terça-feira, outubro 07, 2008

Leituras do Dia - Entendendo crises de liquidez no sistema bancário

Serviço de utilidade pública. Como a maioria dos comentaristas sobre a crise atual não tem o menor conhecimento sobre o funcionamento do sistema bancário e como crises de liquidez podem ocorrer, coloco abaixo uma uma série de leituras sobre crises no sistema bancário.


Coordination Failures and the Lender of Last Resort:
Was Bagehot Right After All?
Jean-Charles Rochet
Universit´e de Toulouse
Institut d’Economie Industrielle
and
Xavier Vives
INSEAD and ICREA-UPF
July 6, 2004
Abstract
The classical doctrine of the Lender of Last Resort, elaborated by Bagehot (1873), asserts that the central bank should lend to “illiquid but solvent” banks under certain conditions. Several
authors have argued that this view is now obsolete: when interbank markets are efficient, a
solvent bank cannot be illiquid. This paper provides a possible theoretical foundation for rescuing
Bagehot’s view. Our theory does not rely on the multiplicity of equilibria that arises in classical
models of bank runs. We build a model of banks’ liquidity crises that possesses a unique Bayesian
equilibrium. In this equilibrium, there is a positive probability that a solvent bank cannot find
liquidity assistance in the market. We derive policy implications about banking regulation
(solvency and liquidity ratios) and interventions of the Lender of Last Resort. Furthermore, we
find that public (bail-out) and private (bail-in) involvement are complementary in implementing
the incentive efficient solution and that Bagehot’s Lender of Last Resort facility has to work
together with institutions providing prompt corrective action and orderly failure resolution.
Finally, we derive similar implications for an international Lender of Last Resort.
Keywords: Central bank policy, interbank market, prudential regulation, liquidity ratio, solvency
ratio, transparency, prompt corrective action, orderly failure resolution, global games,
supermodular games.




Systemic Risk, Interbank Relations and Liquidity Provision by the Central Bank

Xavier Freixas
Bruno Parigi
Jean Charles Rochet

We model systemic risk in an interbank market. Banks face liquidity needs as consumers are uncertain about where they need to consume. Interbank credit lines allow to cope with these liquidity shocks while reducing the cost of maintaining reserves. However, the interbank market exposes the system to a coordination failure (gridlock equilibrium) even if all banks are solvent. When one bank is insolvent, the stability of the banking system is affected in various ways depending on the patterns of payments across locations. We investigate the ability of the banking industry to withstand the insolvency of one bank and whether the closure of one bank generates a chain reaction on the rest of the system. We analyze the coordinating role of the Central Bank in preventing payments systemic repercussions and we examine the justification of the Too-big-to-fail-policy.



The Lender of Last Resort: A 21th Century Approach

FREIXAS, Xavier
PARIGI, Bruno
ROCHET, Jean-Charles


Abstract
The classical Bagehot’s conception of a Lender of Last Resort that lends to illiquid banks has been criticized on two grounds: on the one hand, the distinction between insolvency and illiquidity is not clear cut; on the other a fully collateralized repo market allows Central Banks to provide the adequate aggregated amount of liquidity and leave the responsibility of lending uncollateralized to the banks thus giving them a role as peer monitors.

The first criticism leaves us with no theory of a Lender of Last Resort, while the second leaves us with no Lender of Last Resort in theory. The object of this paper is to analyze rigorously these issues by providing a framework where liquidity shocks cannot be distinguished from solvency ones and ask whether there is a need for a Lender of Last Resort and how should it operate. Determining the optimal Lender of Last Resort policy requires a careful modeling of the structure of the interbank market and of the closure policy. In our set up, the results depend upon the existence of moral hazard. If the main source of moral hazard is the banks’ lack of incentives to screen loans, then the Lender of Last Resort may have to intervene to improve the e¢ciency of an unsecured interbank market; if instead, the main source of moral hazard is loans monitoring, then the interbank market should be secured and the Lender of Last Resort should never intervene.


Acho que já está na hora de ter uma discussão com o mínimo nível.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Boas Notícias II - XXX Meeting of the Brazilian Econometric Society

Dois artigos aceitos para o XXX Encontro Brasileiro de Econometria:


Inferência Indireta em Modelos Fracionários de Taxas de Juros de Curto Prazo

Márcio Poletti Laurini, Luiz Koodi Hotta

Exchange Rate Moviments and Monetary Policy in Brazil: Econometric and Simulation Evidence

Luiz Gustavo Cassilatti Furlani, Marcelo Savino Portugal, Márcio Poletti Laurini


Parabéns aos meus nobres co-autores, os principais responsáveis.

Boas Notícias - I

O programa intelectualmente mais relevante da televisão brasileira estará de volta em nova temporada amanhã.
Nova temporada de Hermes e Renato amanhã as 23:30 na Mtv.

Programação normal

Fim de semana de descanso. De volta a programação normal.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Mais uma peça entregue

Hoje montei mais um banco de dados. Não foi um dos maiores (só 2 milhões e seiscentas mil linhas e 800 variáveis), mas com ele usei técnicas diferentes. As ferramentas foram as mesmas - Perl e MySQL, mas variei um pouco. Os dados estavam em arquivos diferentes, e o passo iniciar foi carregar tudo pro MySQL. Como os dados estavam formatados, desta usei o próprio MySQL para carregar os dados - LOAD DATA INFILE. Fiquei impressionado - carreguei as mais de 2 milhões de linhas em menos de um minuto. Normalmente eu lia usando Perl+DBI, mas dessa forma é bem mais rápido.
Depois tive que unir todos os arquivos, e aí foi uma mistura de Perl e select, insert e update. Essa parte foi mais lenta, mas bem aceitável.
Mais um produto entregue no prazo.

quarta-feira, outubro 01, 2008

A definição perfeita de um intelectual