sábado, agosto 30, 2008

Lembranças

Hoje passei parte da tarde relendo a coleção da revista Input que comprei esses dias. Continua sendo mágica. Lembrei de todas as edições que eu tinha, e de todos os programas que eu copiei da revista e rodei no meu MSX.
No primeiro número da revista há um artigo sobre geração de números aleatórios. Em outro número, existe um programa para usar simulação de Monte Carlo para a geração de cenários em um programa de gerenciamento de estoques. Olha, se a revista tivesse mais alguns números não duvido que chegariam a simulação de equações parciais diferenciais estocástica.
Quase tudo que eu trabalhei até hoje envolve a geração de números aleatórios, usando alguma forma de simulação de Monte Carlo. Tudo começou com o número um desta revista.

Snow Crash

Como é raro ver um escritor que não tem medo de limites. Terminei hoje a leitura de Snow Crash, de Neil Stephenson (que eu só tinha lido o clássico In the Beginning was the Command Line) , e é realmente impressionante como ele consegue trabalhar sem nenhum limite para a imaginação.
O que é mais interessante é que parte computacional é muito bem fundamentada, ao contrário do também clássico Neuromancer de William Gibson, e parte do impacto da obra é derivado de algumas profecias tecnológicas que estavam plantadas ali.

Nada de novo no front

Semana sem novidades. Mas fechei as contas dos novos artigos, e com sorte começo a escrever semana que vem. Para os interessados é sobre retornos de Hedge Funds.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Airwolf

Em mais um episódio da série educando para a vida, um velho seriado clássico. Airwolf. Na galeria de heróis supremos Ernest Borgnine como Dominic. Um cara que fez filmes como Os Doze Condenados, o lendário Ódio Será Sua Herança, O Imperador do Pólo Norte merece estar no top da lista.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Velho Amigo

Hoje o dia rendeu. Acho que fechei as contas de dois novos artigos (bom falta escrever). Em um deles precisei recorrer a um velho amigo - Bootstrap Methods and Their Application (Cambridge Series in Statistical and Probabilistic Mathematics , No 1) de A. C. Davison and D. V. Hinkley.
Esse é um dos livros que eu mais uso em pesquisas. Extremamente claro e objetivo.

terça-feira, agosto 26, 2008

Pelo financiamento público de campanhas

Sou completamente a favor do financiamento público das campanhas políticas. Em especial o horário eleitoral gratuito. Sou fã declarado do horário eleitoral.
Desde o final dos episódios inéditos do Hermes e Renato, não existe nenhum programa mais tosco e engraçado. Em especial o horário eleitoral dos candidatos a vereador nas cidades do interior.
Absolutamente hilário.
Nossos líderes comunitários (todo mundo é no horário eleitoral) são o futuro do humor no Brasil. Mas voltando ao meu apelo - com um pouco mais de grana daria para tornar os programas políticos mais atrativos ainda. Primeira providência - contratar as gostosas. Todo bom programa de humor tem que ter a gostosa na piada. Algo na linha a Praça é Nossa ou o Sem Controle.
Depois contratar uns roteiristas melhores. Eu acho que algo na linha de um stand up comedian funcionaria bem (principalmente com os candidatos que leêm suas falas). Seria demais.

Sobre o resultado das Olimpíadas

Está ocorrendo uma discussão sobre o resultado da participação do Brasil nas Olimpíadas. Erik colocou esse ponto , e agora o Gustibus aprofunda o debate. Na minha opinião não se trata tanto dos resultados. Eles pertencem aos indivíduos que os conquistaram. Não era você, eu ou o Galvão Bueno que treinamos ou disputamos a prova lá. A maldita nação de chuteiras generalizada.
Acho que o incentivo ao esporte é importante em muitas comunidades carentes, e nessas situações podem ser uma única alternatica a criminalidade, já que nosso sistema educacional é uma calamidade. Mas acho que boa parte destes programas são realizados por voluntários, com pouco ou nenhum dinheiro das fontes públicas.
Na contabilidade que foi apresentada, não estão contabilizados os patrocínios, que em parte são renuncias fiscais. O problema está no percentual desse dinheiro que realmente chega aos atletas. Como tudo que está relacionado ao uso de dinheiro público no Brasil, a maioria da verba é interceptada no caminho. Nosso país só vem piorando nisso.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Novas Aquisições - SF Pós Moderna


Count Zero - William Gibson
Nevasca- Neil Stephenson

Agora que dei uma reduzida na pilha de livros atrasados dá para ir mudar um pouco. Finalmente lançaram os dois livros finais (Count Zero e Mona Lisa Overdrive) da trilogia de Neuromancer, uma obra bastante interessante e inovadora.
Neil Stephenson é um discipulo, mas ao mesmo tempo bem mais ambicioso em termos de estilo.

Low

Gripe pegou de jeito.

sábado, agosto 23, 2008

Player Piano

Finalmente terminei de ler Player Piano, o primeiro romance de Kurt Vonnegut. Todos os temas clássicos de Vonnegut estão nele. A discussão sobre o livre arbítrio e o absurdo da situação humana.
Temas que são desenvolvidos em todos os seus demais romances, como Sirens of Titan e Slaughterhouse 5, e acho que é bastante relacionado como Hocus Pocus. Outro ponto bastante atual
são suas observações sobre a algumas bizarrices da vida corporativa.
Vonnegut era um autor único. Ele foi embora justamente quando mais precisamos dele.

Novas Aquisições - Spatial Econometrics


Spatial Econometrics - Statisticasl Foundations and Applications to Regional Convergence. Giuseppe Arbia.

Econometria Espacial é um dos ramos mais interessantes de econometria, e ainda permanece pouco explorado. O livro de Arbia é um belo exemplo de como mostrar os fundamentos estatísticos utilizados nos modelos espaciais.
E além disso de interesse especial para mim, já que muitas coisas que eu pesquisei estão relacionados aos métodos explorados neste livro.

quinta-feira, agosto 21, 2008

A culpada



A culpada é a Revista Input. Sim, tudo começou com ela. Meu livro das revelações.
Uma das culpas da minha vida era não ter tido toda a coleção da Input. Com 11 anos de idade era meio complicado ter dinheiro para comprar o fasciculo da semana.
Graças a dica do Cris (e com a sua autorização) consegui aumentar a minha coleção. Ainda faltarão umas poucas, mas eu ainda consigo tudo.

Cotas no Brasil

Políticos querem cota para parentes depois de decisão do STF

Quero ver os defensores de cotas falando sobre esse tema.

Parabéns ao STF. Só falta mais um passo. Acabar com todos os cargos comissionados de segundo escalão pra baixo. Infelizmente isto nunca será aprovado no Brasil.

Lembro de uma discussão que tive com um petista. Ele dizia que os afiliados ao PT só pensavam no país e não no próprio interesse. Eu propus a ele que todo filiado ao PT assinasse um compromisso dizendo que não aceitariam nenhum cargo comissionado.
Preciso dizer a resposta dele? (minha proposta vale para afiliados de qualquer partido).

Na luta

Dois últimos dias foram bem pesados. Mas terminei de configurar o servidor novo, e ele está 100% operacional. Todas as minhas bases de dados novamente no ar, e todos os programas necessários instalados.
Agora vem a parte mais interessante, e mais complicada, que é de envenenar a máquina. Primeiro vou refazer a lib de algebra linear do matlab para aproveitar todas as extensões de 64 bits e multithreading. Depois fazer isso no R. Depois preciso checar se os demais programas (stata por exemplo) podem ser customizados.
O servidor MySQL já é de 64 bits, e deu pra notar uma brutal diferença. Fiz umas brincadeiras com o encadeamento de todas as PMEs (Pesquisa Municipal do Emprego), e ele respondeu muito mais rápidamente.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Leitura do Dia - DILEMMAS OF AN ECONOMIC THEORIST

DILEMMAS OF AN ECONOMIC THEORIST
BY ARIEL RUBINSTEIN
What on earth are economic theorists like me trying to accomplish? This paper discusses
four dilemmas encountered by an economic theorist:
The dilemma of absurd conclusions: Should we abandon a model if it produces absurd conclusions or should we regard a model as a very limited set of assumptions that will inevitably fail in some contexts?
The dilemma of responding to evidence: Should our models be judged according to experimental results?
The dilemma of modelless regularities: Should models provide the hypothesis for testing or are they simply exercises in logic that have no use in identifying regularities?
The dilemma of relevance: Do we have the right to offer advice or tomake statements that are intended to influence the real world?
KEYWORDS: Economic theory, game theory, hyperbolic discounting, time response,
jungle, economic education, fable.
Econometrica, Vol. 74, No. 4 (July, 2006), 865–883


Lembrei deste texto nessa discussão sobre matemática em economia. Rubistein reflete sobre muitos aspectos da modelagem matemática, e a discussão é muito relevante.

Mas um ponto principal é que qualquer pessoa que trabalha com modelos matemáticos, em qualquer ciência, sabe que modelos não são visões da realidade, e nem tem este objetivo. Não podem mesmo ser considerados visões simplificadas da realidade. Modelos são ferramentas úteis para resolver problemas específicos, para elucidar questões.



domingo, agosto 17, 2008

Sobre o projeto nacional

Alguns assuntos são tão absurdos que é até deprimente perder tempo pensando neles. Mas, como foi resumido no post do Economia e Capitalismo, segundo Paulo Nogueira Batista Jr.:

“o ensino e a prática da economia no Brasil ainda são dominados pela aceitação acrítica, passiva de modelos importados, sobretudo dos Estados Unidos. Os economistas converteram-se, assim, em um obstáculo não-desprezível à consolidação de um projeto nacional

Acho que a resposta óbvia é que o governo que este economista representa adota um modelo de gestão macroeconômica totalmente ortodoxo (metas de inflação, etc. ), que foi herdado do governo anterior e intensificado neste governo (o mesmo não se pode dizer da política microeconômica, que é um desastre). E não se pode negar que o bom momento da economia brasileira está relacionado a manutenção deste modelo. Pelo que conheço todas as ferramentas de análise econômica utilizadas pelo Banco Central do Brasil são ortodoxas.
A estabilidade na economia pode ser explicada pelo fato que se abandonaram as infames tentativas heterodoxas de um projeto nacional. Que tal lembrar do plano cruzado, congelamento de preços, controle de importações, reserva de mercado e outras pérolas do pensamento econômico brasileiro? E lembrar do enorme fracasso de todas estas idéias?

Acho que ao invés desta idéia absurda de um "pensamento econômico brasileiro", eu sinceramente prefiro que nossos economistas sejam mais influentes no pensamento econômico mundial. Nosso país precisa de mais pesquisadores como José Scheinkman, Rodrigo Soares, Paulo Klinger Monteiro e todos aqueles que contribuem de forma relevante para a pesquisa econômica e se tornam referência em suas áreas de pesquisa.

Sobre o debate

O Cristiano Costa coloca um ponto importante no debate sobre a matemática. Também concordo que o debate é fundamentalmente vazio, pelos pontos que ele coloca.
Mas acho que o debate pode ajudar que está em algum centro aonde uma visão seja dominante. Na maioria das graduações em economia no Brasil os alunos só tem acesso a visão heterodoxa (e não todas as visões, já que em nenhum centro a economia austríaca é estudada).
O que ocorre é que os alunos são iludidos com uma visão totalmente atrasada e distorcida da pesquisa econômica atual, e acabam apenas reproduzindo as bobagens que escutam. Algumas discussões podem mostrar que a teoria econômica é muito mais avançada do que é ensinado nestes programas.

sábado, agosto 16, 2008

Novas Aquisições - Monte Carlo Methods


Monte Carlo Simulation & Finance : Don McLeish.
Mais um livro de Monte Carlo, mas com alguns diferenciais. Alguns capítulos mais específicos como o capítulo 8 de estimação de sensibilidades, e a abordagens de algumas técnicas mais sofisticadas, como perfect sampling, reflection, mixture model e o efeito de viés de sobrevivência em simulações.

De volta a programação normal - Trilogia Caliban

Com o fim das férias consegui colocar minhas leituras no seu ritmo normal. Terminei finalmente a leitura da segunda trilogia dos Robôs de Roger Macbride Allen - Isaac Asimov's Caliban · Isaac Asimov's Inferno · Isaac Asimov's Utopia, ambientada no mesmo universo dos Robôs/Fundação de Asimov.
Allen conseguiu uma façanha - ao mesmo tempo que manteve o espírito dos livros originais dos robôs, discute muitos temas e problemas originais, em especial os conflitos existentes nas 3 leis originais de Asimov. Nesse ponto conseguiu ser bem mais objetivo e bem sucedido que a discussão existente na nova trilogia da Fundação ( Foundation's Fear. Foundation and Chaos e Foundation's Triumph).
E Allen sabe prender a atenção do leitor.



Sobre a grade

Comentários sobre o problema do estudo de economia pelo Preço do Sistema e no Gustibus. Uma referência interessante foi o formato do curso da George Mason University. Não conheço bem o programa da economia, mas no departamento de Data Sciences eles tem um programa de PhD muito interessante de Computacional Finance.
Acho interessante ter uma escolha boa de matérias eletivas, mas com uma certa cautela. Isso só funciona se no curso houver um core forte dos cursos básicos. E também um problema complicado, que é o fato que muitos alunos tendem a procurar os cursos mais fáceis apenas. Escolhas são escolhas, mas nenhum curso vai concordar em formar um aluno sem um mínimo do conhecimento necessário. Então existe um mínimo de cursos obrigatórios.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Ainda mais sobre o mesmo

Rafael colocou uma resposta aos meus comentários. Respondo abaixo.

"E não são um problema nessa visão de economia porque a abordagem verbal é tão limitada que nem mesmo um problema simples como esse pode ser tratado."a

Bem, vc poderia explicar porque vc acha que a linguagem verbal é mais limitada do que a linguagem matemática? Me parece que vc se baseia nisso como se fosse um fato.

Em geral isso é um fato, ao menos para os problemas relevantes. Não consigo visualizar um teste de hipóteses (teorias) sem uma formulação matemática e estatística. Ou qualquer problema de precificação de ativos (taxas de câmbio, juros, opções, real estate, ....). Toda a teoria de precificação de ativos por não-arbitragem está relacionada a uma mudança de medida usando o teorema de Girsanov, para ativos que são semi-martingales. Nesse contexto basicamente tudo pode ser precificado usando uma mesma formulação matemática, simples, elegante e poderosa.

Existem 2 tipos de economia matemática com que estamos lidando, a teórica e o tipo utilizado para realizar previsões. Trato primeiro da teóricas.

Mesmo as formulações mais teóricas dependem de uma verificação empírica, ou ao menos que as hipóteses sejam testáveis, e para isso é necessário uma formulação matemática.

Um professor que eu tive defendeu o uso de matemática ao invés de linguagem verbal porque a linguagem matemática torna a formulação teórica imune a erros de lógica interna e também porque facilita o entendimento do ponto de vista dos outros economistas.
Eu digo que embora essas vantagens realmente existam, existem as seguintes desvantagens: 1- A linguagem matemática é mais pesada que a linguagem verbal, é mais difícil escrever uma idéia usando linguagem matemática do que linguagem verbal, e é mais difícil ler um artigo que fala sobre a mesma idéia usando linguagem matemática do que verbal. A matemática é uma forma ineficiente de transmitir conhecimento.
2- O uso de matemática tende a tornar populares as teorias matematicamente mais simples e não as teorias mais realisticas. Distorcendo a teoria econômica, um exemplo é toda a teoria macroeconômica, como modelos IS-LM e cia, que são lixo pseudo científico, mas é fácil de usar.


Discordo integralmente, embora entenda sua colocação. Matemática exige um treinamento, mas permite um arcabouço comum para expressar as idéias e suas limitações. Com a formação adequada, é muito mais fácil ler um artigo matemático e principalmente entender exatamente o que foi assumido na análise e qual a limitação. Matemática é uma forma muito mais eficiente de transmitir uma informação. Que tal estudar um pouco de teoria de codificação para entender esse ponto?
Mas se você tem dificuldades em entender a linguagem matemática, como pode criticar de forma tão incisiva? Acredito que só podemos criticar um problema que dominamos completamente.

Em relação as previsões: A economia não é uma ciencia exata porque a ação humana não está determinada como o movimento de uma pedra no ar. Isso significa que a matemática não deve ser usada na economia para fazer previsões quantitativas, quanto que é mais do que óbvio que as tentativas de prever matematicamente o comportamento do mercado são tão ruins quanto as previsões feitas no instinto mesmo.
O uso de probabilidade e estatística em economia (e em qualquer ciência) serve exatamente para isso, para quantificar a incerteza presente em qualquer modelo econômico. Existem situações aonde é possível fazer previsões com precisão grande, fundamentalmente em processos estacionários, e situações aonde a melhor previsão é a ultima informação disponível. Em ativos financeiros a idéia de um processo martingale é exatamente isso, o fato que não é possível prever sistematicamente as variações de preços. Isso não impede que se usem modelos matemáticos para precificar ativos - na verdade precisamos de modelos exatamente para situações aonde não existem preços de referência no mercado. Duvido que você ache um operador de mercado que não reconheça a importância dos modelos de Black-Scholes-Merton para a precificação. Mesmo alguns autores como o Taleb reconhece que este modelo é uma referência de mercado.
Que tal uma visita a BM&F ?

E a economia moderna não explica a moeda. Todo mundo sabe disso, já que se assumirmos que os agentes maximizam a utilidade, eles não vão demandar encaixes de moeda, porque com os recursos são perdidos na acumulação de encaixes. Sim vc pode dizer que a moeda está na função de utilidade, mas isso equivale a assumir que existe um bem chamado moeda e não que as pessoas demandam algo que deriva seu valor da sua capacidade de ser aceita em troca de outros bens. São duas coisas completamente diferentes.

Moeda na função de utilidade é uma construção útil, embora existam formulações bem melhores, como a necessidade da moeda devido a fricções de mercado. Note que não é necessário assumir funções de utilidade sempre. Muitos e muitos modelos econômicos e em finanças estão completamente livres de preferências.


Nos modelos econômicos de hoje a moeda não emerge espontaneamente, mas tem que ser introduzida conscientemente no modelo. O problema é que vc não explica a moeda se assume que ela exista (direta ou indiretamente). Só se a economia matemática progredir e montar modelos dinâmicos onde a moeda emerge espontaneamente com a passagem do tempo que a moeda finalmente vai ser explicada pela economia ortodoxa ( se isso ocorrer a economia matemática vai chegar no nível que estava a economia do menger em 1890).

Acho que você está bem desatualizado hein. Existem vários modelos dinâmicos com essas características. Como exemplo modelos monetários com aprendizagem e em especial modelos monetários que usam equilíbrio em jogos sequenciais.

E para explicar a moeda a economia ortodoxa terá que abandonar parcialmente a hipótese de maximização de utilidade.

Maximização de utilidade é uma ferramentas útil em alguns contextos. Em outros não é nem necessária (como é minha área posso dar referência de muitos modelos de precificação que são livres de qualquer forma de preferência ou função de utilidade). E em outras situações a de utilidade esperada de Savage não é adequada, por exemplo no contexto que eu citei aonde os agentes possuem uma família de probabilidades para cada evento. Nesse caso é possível utilizar a formulação de funções de distorção/potenciais de Choquet para obter uma representação mais adequada do conjunto de escolhas. Essa representação tem no mínimo uns 28 anos, ou seja, é bem conhecida. Nisso fica evidente que a formulação matemática pode ser perfeitamente utilizada nestes problemas.
Como escreveu Theil, modelos são objeto de trabalho, não de fé. Modelos servem para resolver problemas, e todo modelo é uma construção artificial. Mas são úteis se ajudam a resolver nossos problemas e decisões econômicas.

Um ponto paralelo ao debate.

O debate está realmente interessante. O Preços colocou excelentes respostas para meus comentários e para os do Shikida. Acho que chegamos nos pontos que ficam no limite dos conhecimentos mais específicos de cada metodologia, e nesse ponto acho que o debate perde um pouco de sua importância.
Mas aproveitando o debate, vou levantar um tema paralelo, e neste caso não é uma crítica somente as abordagens heterodoxas, mas também em grande parte em todo o ensino de economia no Brasil. Os pontos são - a) quais problemas são relevantes em economia, e b) devem ser estudados em uma graduação.
No primeiro aspecto fica evidente a separação entre visões de economia na visão mais ortodoxa (eita termo ruim) e as visões heterodoxas, tanto a visão austríaca quanto as mais ligadas a visão marxista e pós-keynesiana. Enquanto que na minha visão a economia "ortodoxa" tem uma visão muito mais ampla sobre os problemas econômicos, a visão austríaca se prende a alguns pontos específicos do processo de mercado e da natureza do capital, e a visão mais marxista e pós keynesiana focam na crítica ao capitalismo e aos métodos dos economistas "ortodoxos".
Neste aspecto a formação básica dos economistas, como microeconomia, macroeconomia, econometria e mesmo o crescimento econômico são deixados de lado. Como eu já comentei aqui, as graduações em economia no Brasil tem o objetivo de formar críticos do capitalismo e do mainstream, enquanto que uma formação mais ortodoxa é muito mais construtiva, no aspecto da preparação para os problemas que um economista irá enfrentar.
Embora uma formação crítica seja importante, os economistas formados no Brasil são em geral péssimamente formados e incapazes de trabalhar com problemas econômicos concretos. Sejam os problemas de gestão de fluxos de caixa que eu comentei, seja como realizar uma planejamento econômico em uma empresa, trabalhar como economista-chefe em um banco. Coloque seu problema de preferência e veja se a formação é adequada.
É fácil verificar as consequências dessa formação. A mais óbvia é o nível rasteiro do debate econômico na mídia Brasileira. Acompanhar qualquer discussão de conjuntura aqui é uma tortura enorme.
Outro ponto fundamental é a colocação no mercado de trabalho. Como exemplo próximo, os alunos formados em economia (e administração,) pelo Ibmec São Paulo, aonde eu dou aula, são extremamente valorizados no mercado de trabalho, e em geral no final da graduação encontram posições excelentes, e é fácil de entender o motivo.
Um aluno em média poderá fazer por exemplo 5 cursos de econometria (dois cursos básicos obrigatórios mais eletivas de econometria de finanças, microeconometria e macroeconometria), dois cursos de programação e pesquisa operacional, mais 4 cursos obrigatórios e até mais 6 cursos eletivos na área de finanças, além de toda a formação obrigatória e eletiva em macro e microeconomias.
Isso significa que a formação crítica foi deixada de lado ? ocorre exatamente o oposto. Se o aluno tem uma formação básica sólida, é possível ensinar para ele as limitações das metodologias normalmente utilizadas, e mais importante, como trabalhar para superar estas limitações. Por exemplo em uma boa parte dos cursos de econometria de finanças e de programação que eu dou eu fico discutindo como tratar de problemas como a presença de microestruturas de mercado como custos de transação ou as limitações de abordagens como média-variância na alocação de carteiras. Sem uma boa formação, isso seria impossível de ser feito.
Acho que este problema de formação é tão importante quanto a discussão do uso da matemática na economia.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Debates e pancadas

Sobre este debate sobre o uso de matemática, espero que ele seja compreendido como apenas um debate mesmo. Cada um tem o direito de acreditar nas teorias que quiser.
Mas um bom debate serve para colocarmos nossas próprias visões em cheque, e mesmo que elas se mantenham, sempre é bom ponderar um pouco.

Além disso debater idéias e escolhas é parte fundamental da ciência. Quem já foi a um congresso ou recebeu um parecer bem feito sabe o quanto isto é importante, mesmo que na hora as pancadas sejam um pouco fortes.

Nada como um bom debate

Mais boas duas posições sobre o uso de matemática em economia.

Sobre Matemática II no Preço do sistema

e o comentário do Rafael Guthmann abaixo:

"Bem, o primeiro problema que vc colocou não é um problema relacionado com a economia, pelo menos não à economia como foi entendida por Mises e Hayek.

O segundo problema que vc colocou, sobre a lei das falências, é um problema que não pode ser resolvido através da matemática porque esbarra no problema do conhecimento. Ou seja, não é possível se projetar uma lei ótima devido a imensa complexidade do problema e a impossibilidade da compreensão dos economistas que fazem o modelo de toda a estrutura do problema com que eles estão lidando. É mais fácil fazer um modelo matemático que simule com sucesso o comportamento de um indivíduo numa conversa (algo que é completamente impossível de ser realizado no presente). Na verdade é uma grande falácia pensar que é possível projetar matematicamente leis eficientes. O mesma problema ocorre na política macroeconômica. A economia matemática moderna ainda não consegue explicar a existência de moeda, nem um efeito cantillon que deriva da existência da moeda, muito menos os problemas de complexidade praticamente infinita que emergem quando se tenta prever as conseqüências da emissão de moeda no sistema econômico. Se o mainstream quiser compreender a moeda, a primeira coisa que eles devem fazer é se livrar da hipótese de maximização de utilidade

E uma coisa que distingue as escolas de pensamento econômico não é só porque elas dão respostas diferentes para a mesma pergunta, porque também porque elas buscam responder perguntas diferentes. A escola austríaca não busca responder as perguntas que precisam de matemática para serem resolvidas, na verdade o tipo de pergunta que precisa de matemática para ser resolvida não é o tipo de pergunta que a ciência econômica lida.

E a escola austríaca ainda mantem sua posição contra o uso de matemática na economia até hoje. Posso chutar que Mises e Hayek também manteriam o mesmo posicionamento que mantinham 60 anos atrás, a matemática evoluiu, mas eu diria que o entendimento da natureza dos problemas econômicos pelos economistas matemáticos pode ter até regredido nesse período de tempo.

E eu não acho que o uso de matemática ajude na compreensão dos problemas econômicos, na verdade ela prejudica, porque a linguagem verbal é muito mais prática. Quando eu leio um livro de economia que utiliza matemática noto que se perde muito tempo só na matemática, muitas vezes nem se toca na economia."

Agora a minha resposta, primeiro ao comentário no Preço do Sistema.

O primeiro ponto é sobre ter Kizner ter dissecado praticamente tudo sobre o processo de mercado. Posso dar uma série de exemplos aonde existem diferentes dinâmicas de processos de mercado que ainda não foram suficientemente explicados por qualquer abordagem econômica. Por exemplo o processo de formação de preços em mercados incompletos.

Não acredito que exista uma visão generalizada dos econometristas ou economistas que economia seja apenas previsão. Conforme a própria visão da Econometric Society (que foi fundada por Schumpeter, que não era exatamente o modelo de economista matemático):

"The Econometric Society is an international society for the advancement of economic theory in its relation to statistics and mathematics. ".

Isso é muito mais amplo que previsão. Por exemplo veja uma lista dos artigos publicados na Econométrica - a maior parte deles aborda problemas de teoria econômica, e uma parte menor dos artigos problemas econométricos.

Uma resposta em especial ao seguinte comentário.

"Quanto a idade das obras dos autores austríacos, na época que Mises escreveu a maioria de seus livros a econometria e teoria dos jogos já existia. A praxeologia rejeita a matemática a priori e não há espaço para uma mudança. Não é porque algo é antigo que deve ser considerado como desatualizado;"

Se a praxeologia rejeita a matemática a priori e não há espaço para uma mudança, então isso não se trata de discussão científica, e sim dogma religioso. E assim não é possível discutir nada. A econometria e a teoria dos jogos da época de Mises são uma sombra perto do que existe atualmente, e isto é seu principal ponto forte.

Ao invés de se prender a autores canônicos (e esta crítica vale para basicamente todos os heterodoxos) , a formalização matemática permitiu que a ciência econômica ampliasse enormemente seu escopo, permitindo tratar de problemas cada vez mais complexos. E o fundamental é que o uso de ferramentas estatísticas permite colocar as teorias e proposições em confronto com a realidade, e pela rejeição de hipóteses e proposições, novos modelos mais adequados são desenvolvidos.

Quanto a ser antigo não implicar em ser desatualizado, em alguns casos isso realmente acontece. Posso pensar por exemplo na teoria da relatividade de Eistein; mas ao mesmo tempo note que a relatividade geral derrubou a teoria Newtoniana. Na maioria absoluta das ciências ocorreram enormes avanços nos últimos 50 anos (química, biologia, matemática, probabilidade e em especial economia).

Quanto a economistas se esconderam atrás da matemática, posso citar uma lista enorme de economistas que se escondem atrás dos mandamentos de seus sábios. Nesse caso prefiro a matemática, cujas proposições são facilmente testáveis, tanto em termos de consistência interna quanto de confronto com os dados.

Agora a resposta ao Rafael

O primeiro problema pode não ser um problema econômico como formulado por Mises e Hayek, mas é um problema econômico relevante tanto em termos práticos como teóricos. E não são um problema nessa visão de economia porque a abordagem verbal é tão limitada que nem mesmo um problema simples como esse pode ser tratado.

Da mesma forma veja o problema de falências. Se ele não pode ser tratado pela visão austríaca por ser complexo demais, então ele deve ser ignorado? Note que mesmo confiando na capacidade do mercado, existe um problema de design de instrumentos e instituições que não pode ser ignorado. O problema da lei de falências foi colocado exatamente por ser um ponto aonde o ferramental matemático (em especial nas contribuições do Aluísio Araújo e seus alunos) permitiu um avanço enorme em relação a legislação atual.

Quanto a idéia da existência de moeda não ser resolvida pela teoria macroeconômica, existem uma série de formulações que explicam a existência de moeda. Algumas bastante instrumentais, como por exemplo a idéia de moeda na função utilidade, mas em outras formulações a moeda serve como forma de resolver problemas de fricções de mercado, o que é bastante realista.

Outro ponto importante sobre moeda é que a visão puramente quantitativa de emissão de moeda é algo bastante desatualizado. Política monetária moderna em geral é realizada via gestão de taxas de juros, um problema que envolve uma enorme necessidade de formalização matemática e estatística.

Se esse é um problema que a economia não deve tratar na visão austríaca, já que exige um ferramental matemático, então os problemas que podem ser tratados por esta visão são tão limitados que sua relevância é nula. O que ajuda a explicar o fato da visão austríaca ser basicamente ignorada na ciência econômica moderna. Se ela não pode tratar dos problemas relevantes, qual sua importância?

E sobre a matemática atrapalhar a leitura dos textos econômicos, isso pode ser explicado pela origem de toda esta discussão - o fato da formação matemática dos economistas ser péssima. E assumir que podemos abdicar desta formação só torna este problema mais complicado.

Para concluir - no texto original do preço do sistema havia o seguinte comentário:

"É importante ressaltar que todas as operações matemáticas são adições, mesmo que codificadas. A mais complicada equação é apenas uma operação de adição codificada."

Só temos sete notas básicas na música; mas compor uma sinfonia como Der Ring des Nibelungen ou uma obra genial como A Love Supreme é muito mais que unir sete notas.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Matemática como uma linguagem

No Preço do Sistema está colocada uma discussão bem interessante sobre o uso de matemática em economia. O ponto principal é que a matemática seria apenas uma linguagem mais sofisticada, mas basicamente seria apenas uma forma de escrever idéias, e na visão austríaca o uso de matemática simplificaria demais as idéias econômicas.
Será mesmo uma simplificação ? Acho que o uso de matemática seja necessário no contexto de problemas que são excessivamente complicados para serem tratados apenas com lógica básica.
Posso dar uma lista de problemas que não podem ser tratados com lógica básica, e por isso necessitam de ferramentas mais complexas.
Por exemplo em finanças, suponha que um agente tenha um problema de gerenciamento de taxas de juros (uma área com muitos insigths importantes dos economistas austríacos), como por exemplo tenha um fluxo de caixa fixo, esteja endividado em uma taxa de juros (nominal) flutuante e parte dos seus fluxos de caixa esteja em uma moeda estrangeira. Pense na complexidade do problema - toda a aleatoriedade nas taxas de juros, da taxa de inflação (já que estamos interessados em taxas reais) e da taxa de câmbio. Não vejo como resolver esse problema sem o uso de matemática mais sofisticada.
Exemplos em economia são da mesma magnitude. Pense por exemplo no design ótimo de uma lei de falências. Como criar os incentivos e punições corretos nesse problema? Basicamente toda os problemas intertemporais não podem ser resolvidos com lógica simples. Mesmo problemas que parecem mais simples, podem ter soluções bastante contra-intuitivas com o uso do ferramental complicado. Por exemplo a questão da forma ótima de financiamento do déficit público - é melhor financiar o déficit via emissão monetária ou via emissão de títulos ?
Em todos estes problemas são assumidos pressupostos - por exemplo um processo estocástico para a taxa de juros, câmbio, inflação ou o mecanismo de formação dos agentes no caso do problema de gestão do déficit. E obviamente as soluções não são perfeitas em todas as situações.
Mas elas permitem uma solução (ótima dentro de um limite dado pelos pressupostos).
Acho que a melhor intuição vem da idéia de precificação por não-arbitragem. Não faz sentido assumir que os agentes são irracionais e não aprendem, isto é, em uma transação financeira um agente entra nesta transação para ter uma perda certa. Se isto é certo, ele não aceita a transação e um novo ponto de equilíbrio é necessário.
A idéia de equilíbrio é muito menos forte do que parece. Pense por exemplo em um mercado de ações dentro de um dia. Cada transação realizada é um ponto de equilíbrio, mas durante o dia os preços se movem para ajustar a chegada de informações, e assim temos uma sequência de equilíbrios. Dessa forma qualquer oportunidade de arbitragem deve ser rapidamente eliminada do mercado. E só lembrando que com matemática mais sofisticada podemos tratar de problemas mais complicados - por exemplo é possível mostrar que existe precificação por não-arbitragem em um conjunto muito realista de situações - por exemplo custos de transação, informação diferenciada e agentes heterogêneos.
E para resolver estes problemas precisamos de muito mais que uma boa intuição - por exemplo Guasoni, Rasonyi e Walter Schachermayer - The Fundamental Theorem of Asset Pricing for Continuous Processes under Small Transaction Costs . Note que a teoria inicial de precificação por não-arbitragem assumia mercados sem fricções - não porque os mercados sejam assim, mas pelo fato que a matemática da época não permitia uma construção mais complexa e próxima da realidade. E note que esta matemática não é realizada em um problema abstrato - esses problemas são essencialmente práticos.
Um ponto importante é notar que o ferramental matemático e os problemas econômicos existentes na época da formulação dos textos clássicos dos autores Austríacos mais importantes eram muito mais simples dos que os existentes hoje. Por exemplo é uma grande tolice assumir que a matemática usada em economia seja apenas o cálculo diferencial Newtoniano. Todos os grandes avanços estão relacionados ao uso de métodos probabilísticos, isto é, colocar a aleatoriedade e a incerteza dentro de modelos econômicos.
E note que algumas críticas simples a estas idéias são derrubadas rapidamente - por exemplo podemos trabalhar com probabilidades subjetivas (usando métodos de inferência e teoria da decisão bayesiana) e não apenas probabilidades objetivas (frequentistas). Ou então problemas aonde existe incerteza forte (os agentes não conseguem atribuir probabilidades únicas aos conjuntos de eventos) usando ferramentas como utilidades esperadas de Choquet.
Matemática é apenas uma ferramenta, mas que permite obter soluções para problemas complexos que não podem ser resolvidos apenas usando linguagem e lógica simples.
Colocando de outra forma, precisamos da matemática porque nossa racionalidade é bastante limitada.

terça-feira, agosto 12, 2008

Simulacra and Simulation (ou porque não assisto a Olimpíada)

Menina que cantou na abertura da Olimpíada foi dublada

Dublaram a cantora na olimpíada; os fogos foram feitos em computador, e os esportes são uma disputa sobre o melhor doping.
Prefiro ir ler um livro.

Matemática - Um pequeno guia

Depois dessa discussão sobre a importância do ensino de matemática na economia, fica a pergunta - então, o que devo estudar?

Um guia clássico de cursos de matemática que um economista deveria fazer está no site do Thomas Sargent. Mas como a maioria não irá estudar em Stanford, e em geral irá estudar por conta, uma dica de livros provavelmente será mais útil. Por isso irei colocar uma lista dos livros que eu venho estudando, e assim reflete minhas preferências apenas. E lembrando - esta é uma lista inicial - aplicações em economia e finanças exigem bem mais que isso.

Análise Matemática

Os clássicos -

Lima, Elon Lages. Análise Real, vol.1 Publicação IMPA, 2004
Rudin, Walter. Principles of mathematical analysis. 3aedição. Auckland: Mcgraw-Hill, 1976

Espaços Métricos

Lima, Elon Lages. Espaços Métricos.

Probabilidade

O melhor livro de probabilidade

Probability - Albert Shyriaev

E um dos mais importantes (com uma visão histórica de cada tema no final de cada capítulo).

Real Analysis and Probability - R.M. Dudley

Outra referência interessante

A User´s Guide To Measure Theoretic Probability - David Pollard

Algebra Linear

Linear Algebra and Its Applications by Gilbert Strang

Medida e Integração

Um excelente livro introdutório

Measure, Integral and Probability by Marek Capinski and Peter E. Kopp

Probability and Measure, 3rd Edition by Patrick Billingsley

Variáveis complexas

Nessa área vou ser mais prático - uma boa introdução está nos livros de séries temporais mais voltados a análise espectral. Em particular eu gosto de

Wavelets Methods for Time Series Analysis. Donald Percival, Andrew Walden

Otimização

Duas bíblias do mesmo autor:


Linear and Nonlinear Programming: Third Edition (International Series in Operations Research & Management Science) by David G. Luenberger


Optimization by Vector Space Methods (Series in Decision and Control) by David G. Luenberger

Martingales

Probability with Martingales (Cambridge Mathematical Textbooks) by David Williams

Processos Estocásticos

Stochastic Processes by Sheldon M. Ross


Só lembrando que eu sou só um estudante nessa área, mas creio que as referências podem ser úteis.

domingo, agosto 10, 2008

Isaac Hayes

Vi agora que perdemos Isaac Hayes. Pancada forte. Mais conhecido pela trilha do Shaft, um dos maiores expoentes do melhor soul de todos, o que era lançado pela Stax Records.
Talvez seu melhor trabalho tenha sido Hot Buttered Soul, um álbum revolucionário, e um dos favoritos da casa. Com músicas longas, totalmente fora dos padrões da época, abriu espaço para outros clássicos como Bitches Brew. No mundo que vivemos cada vez o talento de verdade é mais escasso, e isso piora cada vez mais.

sábado, agosto 09, 2008

Matemática para economistas

Gustibus aborda o problema do ensino capenga de matemática nos cursos de economia. Bom, é óbvio que aqui no Brasil o problema é pior. Além do problema da doutrinação, heterodoxia , etc temos o problema da formação básica em matemática, que é , usando uma palavra polida, um lixo aqui no Brasil. E tende a piorar, já que o currículo básico é cada vez mais entupido de outras coisas. Não dá para comparar a formação em matemática brasileira com países como Rússia, China, Polônia, etc (nisso temos que dar o braço a torcer para os países ex-socialistas). Mesmo em boa parte dos nossos vizinhos da américa latina o ensino de matemática é muito melhor. Como exemplo só lembrar a lista de excelentes matemáticos e estatísticos latino-americanos.

As necessidades matemáticas em atuais economia são muito mais sofisticadas, o que é um elogio a ciência econômica. Um sinal de maturidade. Mas a formação básica está longe do ideal. Como um exemplo é fácil notar que basicamente todas as inovações em finanças matemáticas (como por exemplo o Libor Market Model, o problema de consistência em modelos de juros, todas as recentes provas da existência de não-arbitragem para processos fora da família de semi-martingales) são feitas por matemáticos , e em geral por matemáticos não-americanos ou ingleses.
Quando decidi fazer o doutorado na Estatística, o objetivo básico era melhora minha formação em probabilidade e inferência. Uma decisão que acho cada vez mais absolutamente correta. (embora cada vez mais eu veja o quanto falta para aprender). Neste semestre estou assistindo um curso do doutorado em matemática, e é absolutamente brutal o quanto os alunos da matemática são melhores.

PS - Aposto que em vários lugares neste instante algumas pessoas continuarão a afirmar que não se deve usar matemática em economia, o velho papinho heterodoxo. Será que estas pessoas não cansam do mesmo discurso ? e não enjoam de estudar sempre os mesmos textos ? Será que no fundo não sentem falta de aprender alguma coisa nova ? Isso sinceramente me espanta.



quinta-feira, agosto 07, 2008

Recomeçando

Neste ínicio de semestre estou tentando colocar em movimento todos os projetos antigos que estavam parados. Alguns por falta de tempo, alguns esperando o resultado de submissões.
Uma área que eu havia deixado meio de lado é a parte do estudo de crescimento econômico e convergência. Eu já havia trabalhando um pouco com a parte não paramétrica, mas agora a idéia é utilizar a parte de inferência bayesiana nesta pesquisa.
Uma boa pilha de artigos para ler.

Econometrics in R

Dica muito útil - o volume 27 do Journal of Statistical Software tem uma edição toda sobre Econometrics in R. Todos os artigos são muito bons e valem uma impressão e leitura. E como sempre todos os programas estão disponíveis.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Travado

Inspiração fugiu. O artigo está todo pronto aqui na minha frente (estimações, tabelas, gráficos), mas o texto não está fluindo. Bom, luta continua.

X-Files - I Want to Believe

Fim de semana fui assistir X-Files - I Want to Believe. O filme tem a grande qualidade dos seriados do Chris Carter, os episódios mais independentes. O grande problema de X-Files e Millenium acontecia quando os episódios ficavam presos nas teorias conspiratórias, e aí perdiam o rumo.
Mas os episódios mais soltos eram sem dúvida os melhores. O filme é um bom episódio da série, e por isso mesmo vale a pena.

sábado, agosto 02, 2008

Oitavo Encontro Brasileiro de Finanças

De todos os anos que eu apresentei artigos no encontro de finanças, minha impressão é que neste ano o congresso foi o mais homogêneo e de mais alto nível. Nas sessões ordinárias que eu assisti a maioria absoluta dos artigos era muito boa. De novo muitas boas idéias anotadas.
Dentro das minhas áreas de pesquisa, basicamente todo mundo que trabalha no Brasil com estrutura a termo de taxas de juros, finanças matemáticas e métodos numéricos em finanças estava lá, e consegui bater um papo com quase todo mundo.
Realmente valeu a pena.

Forecasting in Rio - Impressões

Breve resumo dos congressos. O Forecasting in Rio foi o melhor congresso que eu já estive, o que já era esperado pela monumental seleção de conferencistas convidados. Praticamente todas as sessões que eu assisti eram uma mistura de sofisticação técnica com aplicações e insigths muito relevantes. Anotei muitas, muitas idéias interessantes. Fica quase impossível eleger qual foi a melhor apresentação.
Com tantos deuses da Econometria no congresso, me sentia como um reles mortal dentro do Olimpo.
Parabéns ao pessoal da EPGE e aos demais membros do comitê pela organização do congresso, que foi realmente excepcional.

Vista do Ibmec Rio


A bela vista do prédio do Ibmec Rio.

De volta

De volta a São Paulo. Depois de ficar duas horas dentro do avião esperando a Aeronáutica arrumar o radar. Coisa atoa, faltou força. Vai ver esqueceram de pagar a conta. Sabe como é, um sistema de radar, coisa besta.
Mas é importante dar parabéns a equipe da Gol nesse vôo, principalmente ao piloto, que soube conduzir de forma excepcional a situação.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Encontro de Finanças


Oitavo Encontro Brasileiro de Finanças