Economia e religião
Vi que o Shikida se envolveu em um debate daqueles. Fez um comentário sobre uma frase de Mises, que na minha opinião não tinha a conotação ou o objetivo que o Shikida tentou explorar. Creio que o Shikida quis discutir era o uso de justificativas para o uso da violência, em nome da liberdade, ou no outro extremo, em nome da coletividade, ou o que seja.
É claro que a visão austríaca/libertária nesse aspecto é completamente oposta a visão comunista que a violência, a luta de classes e o totalitarismo são meios válidos, e muito dos comentários que ele recebeu eram sobre isso. Mas como sempre houveram os comentários raivosos.
O grande problema, na minha visão, da teoria Austríaca é que seus seguidores acreditam que ela é capaz de explicar cada situação econômica, política e social possível. Isso seguindo textos escritos no século passado, por autores "sagrados". E não por acaso esta é a mesma visão que os Marxistas tem da obra de Marx. Sempre existe uma leitura perpicaz capaz de encontrar uma explicação para todos os problemas.
O problema é que qualquer visão contrária deve ser absolutamente rejeitada. No caso dos Austríacos com caras feias e textos raivosos. No caso dos Marxistas quando possível a Sibéria ou o fuzilamento. Neste caso prefiro novamente a teoria Austríaca.
Um aspecto bom da visão mais ortodoxa é que sua concepção é mais científica. Existem hipóteses e modelos de trabalho, que são aproximações úteis para problemas complexos, que permitem obter conclusões limitadas e em alguns casos recomendações de política. O lado bom de ser um econometrista ou um economista mais empírico é perceber exatamente a limitação da sua ferramenta, e verificar que muitas vezes a aproximação é limitada, mas pode ser útil, e em muitos casos a aproximação é péssima e isto torna necessária uma teoria mais sofisticada.
Essa possibilidade de perceber as falhas da sua teoria impede esta visão religiosa que (a maioria, mas não todos) os Austríacos e Marxistas tem de sua teorias, que levam a estas posições radicais.
Eu acredito no indivíduo, e todo indivíduo tem falhas e limitações, e assim suas teorias também. Ainda mais em vista de um mundo que mudou incrivelmente desde a escrita destas obras.
O que gosto da economia ortodoxa, matemática e estatística, é que elas podem evoluir no tempo. Erros são achados e superados, e nisso se chega em uma teoria mais completa.
Um comentário particular foi a das bobagens que os economistas com PhD escrevem. Concordo que muitos PhDs escrevem bobagens colossais. Títulos não significam quase nada. O que importa é o estudo profundo dos problemas e da consistência das soluções. Estudar um problema, com o ferramental adequado, que em geral envolve matemática e estatística (testes de hipóteses) , permite avaliar se as hipóteses e recomendações de política fazem sentido. Esta é a força da visão ortodoxa econômica. Ter bons insigths, como a visão Austetríaca realmente possui, é importante, mas não é suficiente para uma teoria consistente.
(O texto foi sem revisão, então eu corrigo algum problema depois).
É claro que a visão austríaca/libertária nesse aspecto é completamente oposta a visão comunista que a violência, a luta de classes e o totalitarismo são meios válidos, e muito dos comentários que ele recebeu eram sobre isso. Mas como sempre houveram os comentários raivosos.
O grande problema, na minha visão, da teoria Austríaca é que seus seguidores acreditam que ela é capaz de explicar cada situação econômica, política e social possível. Isso seguindo textos escritos no século passado, por autores "sagrados". E não por acaso esta é a mesma visão que os Marxistas tem da obra de Marx. Sempre existe uma leitura perpicaz capaz de encontrar uma explicação para todos os problemas.
O problema é que qualquer visão contrária deve ser absolutamente rejeitada. No caso dos Austríacos com caras feias e textos raivosos. No caso dos Marxistas quando possível a Sibéria ou o fuzilamento. Neste caso prefiro novamente a teoria Austríaca.
Um aspecto bom da visão mais ortodoxa é que sua concepção é mais científica. Existem hipóteses e modelos de trabalho, que são aproximações úteis para problemas complexos, que permitem obter conclusões limitadas e em alguns casos recomendações de política. O lado bom de ser um econometrista ou um economista mais empírico é perceber exatamente a limitação da sua ferramenta, e verificar que muitas vezes a aproximação é limitada, mas pode ser útil, e em muitos casos a aproximação é péssima e isto torna necessária uma teoria mais sofisticada.
Essa possibilidade de perceber as falhas da sua teoria impede esta visão religiosa que (a maioria, mas não todos) os Austríacos e Marxistas tem de sua teorias, que levam a estas posições radicais.
Eu acredito no indivíduo, e todo indivíduo tem falhas e limitações, e assim suas teorias também. Ainda mais em vista de um mundo que mudou incrivelmente desde a escrita destas obras.
O que gosto da economia ortodoxa, matemática e estatística, é que elas podem evoluir no tempo. Erros são achados e superados, e nisso se chega em uma teoria mais completa.
Um comentário particular foi a das bobagens que os economistas com PhD escrevem. Concordo que muitos PhDs escrevem bobagens colossais. Títulos não significam quase nada. O que importa é o estudo profundo dos problemas e da consistência das soluções. Estudar um problema, com o ferramental adequado, que em geral envolve matemática e estatística (testes de hipóteses) , permite avaliar se as hipóteses e recomendações de política fazem sentido. Esta é a força da visão ortodoxa econômica. Ter bons insigths, como a visão Austetríaca realmente possui, é importante, mas não é suficiente para uma teoria consistente.
(O texto foi sem revisão, então eu corrigo algum problema depois).
3 Comments:
Saudações, amigo! De fato que muitas pessoas são bastante convictas na obra de Mises, mas generalizar essas características a todos que seguem e gostam do pensamento austríaco, libertários, entre outros, não é muito legal na minha humilde opinião.
A questão do Shikida foi específica com alguns membros e não acho que os mesmos sejam representativos dos "austro-brasileiros".
Quanto a Marx e Mises, eu até entendo a analogia, mas no caso dos socialistas que você citou, não há marxismo nenhum, apenas nos livros de história.
Para finalizar vale ressaltar que o próprio Shikida me disse que seu texto não foi uma interpretação da frase visando um debate teórico e, sim, buscou provocar os fundamentalistas do movimento. Eu acredito que tais existam em todo e qualquer movimento, não só entre os libertários.
Abraços!
Sinceramente, não vejo nada de absurdo naquela frase de Mises. Ninguém critica o uso de violência quando se fala em “legítima defesa” da VIDA; para quem valoriza a LIBERDADE, a mesma lógica se aplica.
Se você fosse aprisionado contra sua vontade, ficaria passivo aguardando resgate? Eu tentaria me libertar com todas as minhas forças, mesmo que para isso precisasse usar de violência contra meus captores. Acredito que muita gente faria o mesmo.
Mises e a metodologia da ciência econômica
http://www.libertarianismo.com/index.php/menuartigos/artigos/421-mises-e-a-metodologia-da-ciencia-economica
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