Can economists be trusted?
Andrew Gelman, um estatístico absolutamente brilhante, colocou no seu blog a seguinte reflexão:
"Can economists be trusted?"
O comentário (e principalmente o artigo que o acompanha) é bastante interessante por um problema bastante comum em economia - a construção de modelos baseada em uma visão de mundo, principalmente sobre a recomendação de políticas. A discussão está bem detalhada lá.
Um grande mérito que eu vejo nos estatísticos (e em boa parte dos econometristas) é a percepção que modelos são boas ferramentas, mas apenas isto. E boas ferramentas podem ser bastante insatisfatórias em alguns problemas novos.
Na profissão de economia isso pode acontecer em duas situações - a primeira é quanto uma visão de mundo, em geral uma visão política, embaça todas as decisões e recomendações de política. Um bom exemplo é a legião de economistas liberais que condena a ajuda aos bancos na crise atual, ignorando toda a enorme literatura sobre crises bancárias e de liquidez. É óbvio que é péssimo ter que socorrer bancos. É óbvio que existe um problema de risco moral. Mas dado que existe uma crise bancária, a questão é ponderar as perdas de curto e longo prazo, o que é bastante complicado devido a possibilidade de multiplos equilíbrios devido ao componente de expectativas. A mesma questão ocorre sobre se é melhor uma política fiscal ou de taxas no momento atual . Mas nesta situação a discussão é um pouco mais sofisticada, mas também bastante emocional.
A segunda situação (e nesta todos os cientistas podem recair) é no domínio de uma técnica particular. O cientista tem o domínio desta técnica e faz sua aplicação em todo problema, independente de sua adequação ou existência de técnicas mais adequadas. Existem muitos exemplos disso - o matemático que tenta usar uma técnica de biologia para dados de ações, o econometrista que com uma amostra minúscula confia em técnicas assintóticas, o físico que usa uma técnica de mecânica estatística para modelos econômicos, etc.
Claramente em muitos casos a técnica importada funciona melhor, mas em boa parte dos casos não é realizada nenhuma comparação, já que o físico/matemático/etc não se importa em aprender a técnica mais usada nesta situação. Acaba sendo uma situação de fé, não de ciência, e desta forma acaba sendo o mesmo problema da situação anterior.
Um grande mérito que eu vejo nos estatísticos (e em boa parte dos econometristas) é a percepção que modelos são boas ferramentas, mas apenas isto. E boas ferramentas podem ser bastante insatisfatórias em alguns problemas novos.
Na profissão de economia isso pode acontecer em duas situações - a primeira é quanto uma visão de mundo, em geral uma visão política, embaça todas as decisões e recomendações de política. Um bom exemplo é a legião de economistas liberais que condena a ajuda aos bancos na crise atual, ignorando toda a enorme literatura sobre crises bancárias e de liquidez. É óbvio que é péssimo ter que socorrer bancos. É óbvio que existe um problema de risco moral. Mas dado que existe uma crise bancária, a questão é ponderar as perdas de curto e longo prazo, o que é bastante complicado devido a possibilidade de multiplos equilíbrios devido ao componente de expectativas. A mesma questão ocorre sobre se é melhor uma política fiscal ou de taxas no momento atual . Mas nesta situação a discussão é um pouco mais sofisticada, mas também bastante emocional.
A segunda situação (e nesta todos os cientistas podem recair) é no domínio de uma técnica particular. O cientista tem o domínio desta técnica e faz sua aplicação em todo problema, independente de sua adequação ou existência de técnicas mais adequadas. Existem muitos exemplos disso - o matemático que tenta usar uma técnica de biologia para dados de ações, o econometrista que com uma amostra minúscula confia em técnicas assintóticas, o físico que usa uma técnica de mecânica estatística para modelos econômicos, etc.
Claramente em muitos casos a técnica importada funciona melhor, mas em boa parte dos casos não é realizada nenhuma comparação, já que o físico/matemático/etc não se importa em aprender a técnica mais usada nesta situação. Acaba sendo uma situação de fé, não de ciência, e desta forma acaba sendo o mesmo problema da situação anterior.
2 Comments:
Olá Laurini,
Venho lendo seu blog faz um tempinho já, parabéns pela iniciativa.
Tenho uma pergunta relacionada a esse post: você por acaso já entrou em contato com alguma dessas ferramentas de mecânica estatística que você citou? Achou interessantes, úteis pra análises econômicas?
Um abraço!
Tb tinha lido o mesmo artigo =) E adorei tua visão acerca dele.
Com rel à crise, a impressão que sempre tive, é q a preocupação maior era d afirmar determinadas correntes de pensamento.. planos de ação, planejamento de curto, médio prazos, eram deixados de lado =/
beijos Márcio!
=*
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